ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO
ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM
13.03.1991.
Aos treze dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e um
reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre, em sua Décima Oitava Sessão Ordinária da Terceira Sessão
Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos
foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo
Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis
Ilgenfritiz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani
Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga,
José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson
Castan, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Wilton
Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos
os trabalhos e solicitou ao Ver. Cyro Martini que procedesse à leitura de
trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata da
Décima Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados:
pelo Ver. Airto Ferronato, 03 Pedidos de Providências, 01 Emenda ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 11/91 (Processo nº 130/91), 01 Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 12/91 (Processo nº 681/91); pelo Ver. Cyro Martini, 03
Pedidos de Providências, 01 Indicação, 01 Pedido de Informações, 01 Emenda ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 05/91 (Processo nº 91/91); pelo Ver. Ervino
Besson, 03 Pedidos de Providências; pela Verª. Letícia Arruda, 09 Pedidos de
Providências; pelo Ver. Mano José, 01 Pedido de Providências, 01 Emenda ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 14/91 (Processo nº 206/91); pelo Ver. Nereu
D’Ávila, 01 Emenda ao Projeto de Resolução nº 59/90 (Processo nº 2513/90). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 111 e 112/91, do Sr. Prefeito Municipal;
Carta nº 311/91, da Rede Ferroviária Federal S/A; Cartão do General de Divisão
Yvens Ely Monteiro Marcondes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Ervino Besson comentou a autuação,
ontem, por fiscais da SUNAB, de diversos açougues de Porto Alegre, destacando
que estes estabelecimentos, no referente a aumento de preços, apenas repassam
aumentos por eles pagos aos frigoríficos. Falou, ainda, da fiscalização
exercida pela Secretaria Municipal de Indústria e Comércio quanto ao fechamento
do comércio aos domingos. Oo
Ver. João Dib discorreu sobre Ofício recebido da Presidência da Casa,
informando do arquivamento de Projeto de Resolução de sua autoria, relativo àa constituição de
Bancadas na Casa. Contraditou a decisão do referido arquivamento, solicitando o
cumprimento do Regimento Interno e analisando a aplicação, no caso de seu
Projeto, dos artigos 147 e 148 desse Regimento. Em COMUNICAÇÃAO DE PRESIDENTE,
o Ver. Antonio Hohlfeldt reportou-se ao pronunciamento do Ver. João Dib, acerca
do arquivamento do Processo nº 2512/90, esclarecendo os motivos de tal medida. Sugeriu
ao Ver. João Dib que busque a audição da Comissão de Justiça e Redação quanto
ao assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Airto Ferronato discorreu acerca
dos reajustes relativos ao Imposto Predial e Territorial Urbano, classificando
como equivocada a interpretação do Executivo Municipal da legislação existente,
nos casos em que foram cobrados índices distintos de aumentos para terrenos e
para os imóveis neles construídos. Falando da possibilidade de publicação do
montante pago aos assessores da Casa, defendeu tal medida e, também, a
publicação dos salários pagos aos principais cargos em empresas privadas. Falou
da tramitação do Processo 2512/90. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Luiz Braz
saudou o Partido Democrático Trabalhista, pela posse, na próxima sexta-feira,
do Dr. Alceu Collares no Governo Estadual, salientando as indicações, pelo
futuro Governador, para integrar seu secretariado, dos nomes de Adão Eliseu,
Luís Alberto Chaves e Júlio Hocsman. Teceu comentários acerca do quadro de
crise a ser enfrentado pelo Dr. Alceu Collares, nos mais diversos setores. A
seguir, o Sr. Presidente registrou as presenças, na Casa, dos Senhores Remo
Chiapetta, Secretário da Fazenda de Morano Cálabro, e Caetano Santagade,
representante em Porto Alegre da Prefeitura de Morano Cálabro, e concedeu a
palavra ao Ver. Vicente Dutra, que saudou os visitantes. Em continuidade, o Sr.
Presidente concedeu a palavra ao Sr. Remo Chiapetta, que discorreu acerca dos
objetivos que motivaram sua visita a essa Casa e agradeceu a recepção recebida
dos Senhores Parlamentares. Em continuidade, o Sr. Remo Chiapetta procedeu à
entrega de placa comemorativa ao Sr. Presidente e este, agradecendo a presença
dos representantes de Morano Cálabro, suspendeu os trabalhos às quinze horas e
vinte e seis minutos, nos termos do artigo 84, II11 do Regimento
Interno. Às quinze horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de
“quorum”, foram reabertos os trabalhos. Em COCMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Artur
Zanella comentou trabalho realizado pela Secretaria Municipal de Cultura, que
resultou no livro “Memórias do Bairro Restinga”, analisando os dados e
depoimentos ali transcritos, em especial quanto à implantação da Vila Restinga.
Saudou o secretariado que integrará o futuro Governo Estadual, lamentando,
porém, declarações do Dr. Alceu Collares, ao Jornal Zero Hora, quando da
apresentação do Secretário Luís Alberto Chaves. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver.
Luiz Machado reportou-se ao pronunciamento do Ver. Artur Zanella, acerca do
livro “Memórias do Bairro Restinga”, da Secretaria Municipal de Cultura.
Comentou notícia publicada pela imprensa, de tentativa de assassinato de uma
criança de um ano, declarando-se favorável à pena de morte em casos de crimes
contra crianças. Solicitou a informatização do “Programa do leite”, do Governo
Federal, para evitar possíveis irregularidades no mesmo. O Ver. Adroaldo Correa
discorreu sobre o significado da PETROBRÁS para o País, questionando os motivos
pelos quais os funcionários grevistas dessa empresa não têm atendidas suas
reivindicações e analisando os reais motivos das faltas de produtos
petrolíferos, anunciadas pelo Governo. Criticou a política de privatização
atualmente seguida pelo Governo Federal. O Ver. Mano José falou de projetos de
sua autoria, em tramitação na Casa, de obrigatoriedade do uso de cinto de
segurança em Porto Alegre e de prorrogação do serviço de táxi-lotação até as
vinte e quatro horas. Destacou que os donos de táxis-lotação não possuem
interesse na referida prorrogação, atentando, porém, para a importância desse
serviço para a população. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 96/90 e aceito o Veto Total a ele aposto, por
três Votos SIM contra dezessete Votos NÃO, tendo sido encaminhado à votação
pelos Vereadores Giovani Gregol, João Dib e Vicente Dutra. Na oportunidade, o
Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem da Verª. Letícia Arruda, acerca da
possibilidade de adiamento do Projeto de Lei acima referido. Em Discussão Geral
e Votação foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 03/91. Na ocasião,
foi apregoado o Ofício nº 24/91, do Sr. Vice-Prefeito Municipal, e o Ver. João
Dib requereu o fornecimento, por escrito, de informações referentes aos dias em
que o Sr. Prefeito Municipal se ausentou do Município desde a data de sua
posse. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 162/90. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto
de Lei do Legislativo nº 159/90 e o Projeto de Resolução nº 51/90. A seguir,
foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de
distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais,
considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Airto Ferronato, com relação ao
Projeto de Resolução nº 51/90; do Ver. João Dib, com relação ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 162/90; do Ver. João Motta, com relação ao Projeto de Decreto
Legislativo nº 03/91; do Ver. Lauro Hagemann, com relação ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 159/90. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do
Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando que o período de Comunicações do dia vinte
e seis do corrente seja dedicado à comemoração do aniversário da Cidade de Porto
Alegre; do Ver. Clóvis Ilgenfritz, solicitando que seja oficiado ao
Governador do Estado, aos Secretários da Segurança Pública e da Justiça e
Cidadania, ao Procurador Geral da Justiça e ao Presidente do Tribunal de
Justiça, manifestando a vontade desta Casa de que os colonos-sem-terra Otávio
Amaral, José C. Gowaski, Augusto Moreira e Idone Bento, sejam postos em
liberdade e que assim resrespondam ao processo pelo qual são
acusados, este encaminhado à votação pelo Ver. Clóvis Ilgenfritz; do Ver. Cyro
Martini, solicitando que o período de Comunicações da Reunião Ordinária da
Comissão Representativa do dia vinte e cinco de julho do corrente ano seja
dedicado a homenagear o Motorista e o Despachante, pela passagem dos dias
destes; do Ver. Dilamar Machado, solicitando a realização de Sessão Especial,
sob a direção e orientação da Comissão de Economia e Defesa do Consumidor, em data e horário a
serem definidos, em dia da próxima semana, para debate e deliberação em torno
da situação dos vinte e cinco permissionários das bancas do Horto Mercado de
Porto Alegre, atualmente em litígio com a COBAL, este encaminhado à votação
pelos Vereadores Dilamar Machado, João Dib e Antonio Hohlfeldt. A seguir, foi
aprovado Requerimento verbal do Ver. João Motta, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão Preliminar,
estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 177/90, 05, 09 e
32/91, o Projeto de Resolução nº 61/90, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 04/ 91, este discutido pelos do Vereadores João Dib, Airto
Ferronato e Vicente Dutra; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs
12, 11, 14 e 31/91, o Projeto de Resolução nº 05/91, este discutido pelos
Vereadores João Dib e Vicente Dutra. Às dezessete horas e cinqüenta e quatro
minutos, por solicitação do Ver. João Dib, foi efetuada nova verificação de
“quorum” e, constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Airto Ferronato e Clóvis Ilgenfritz e secretariados pelos Vereadores
Wilson Santos, Clóvis Ilgenfritz e João Motta, este como Secretário “ad hoc”.
Do que eu, Wilson Santos, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores
Presidente e 1º Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.
Comunicação
de Liderança, com a palavra o Ver. Ervino Besson.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria neste momento de pedir
aos Srs. Vereadores, principalmente à minha Bancada, para que me dessem um
minuto de atenção para o que
eu vou abordar neste momento. Também cito a imprensa, já que a mesma muito tem nos auxiliado e,
talvez, consiga nos ajudar esclarecendo a população de Porto Alegre sobre o que
está acontecendo na Cidade.
O problema em questão é o da
carne. Os fiscais da SunabUNAB,
ontem, mas não só ontem, há vários dias, estão autuando os açougueiros pelo
preço cobrado na carne.
Srs. Vereadores, eu tenho
em mãos várias notas que comprovam que os frigoríficos estão aumentando o preço
da carne. No dia 04 de março, o frigorífico que entregou a carne aos açougues
cobrou um preço “x”, aí os açougues ainda tinham condições de acompanhar o
preço da tabela que foi estabelecida pelo Governo Federal. No dia 11 de março,
os frigoríficos aumentaram novamente o preço da carne. (Mostra a nota.) Na nota
do dia 04 de março, pelo dianteiro, eram cobrados 270 cruzeiros,
e, no dia 11 de
março, o dianteiro foi para 293 cruzeiros. E aí, logicamente, os açougues só
tinham que aumentar o preço da carne. Como eles vão vender a carne pelo preço
do tabelamento, se os frigoríficos aumentaram o
preço? E a fiscalização da SunabUNAB
está autuando os comerciantes. Quando os comerciantes, para se defender,
mostram as notas, eles não querem saber.
Eu faço um apelo a esta
Casa, àa
Comissão de Defesa ao Consumidor, que se reúna e chame, aqui, a fiscalização da
SunabUNAB,
junto com os comerciantes que estão passando por este dilema. Se eles vendem,
eles estão sendo autuados. Se eles não vendem, como vão pagar os seus aluguéis,
os seus impostos, o sustento dos seus familiares?. E a fiscalização da Sunab parece que
não entende este fato. Se os açougues estão vendendo além da tabela
estabelecida pelo Governo, tudo bem, eu até concordo que sejam autuados, m. Mas eles estão
obedecendo uma margem de lucro, porque estão pagando a carne mais cara e a
fiscalização não quer entender. Portanto, mais uma vez, eu faço este apelo, que a Comissão
de Defesa ao Consumidor se reúna e chame a fiscalização da Sunab, o Sindicato e
alguns destes comerciantes para discutir esta problemática.
Segundo
assunto: foi aprovada, nesta Casa, a Lei para o fechamento do comércio aos
domingos, que eu, sinceramente, sou contrário, porque a liberdade de trabalho
de cada um deve ser respeitada. Abre quem quer; fecha quem quer. É mais um
pandemônio que está acontecendo junto a estes comerciantes. Os fiscais, eles
visitam alguns comerciantes e outros não. Então, uns fecham, outros são
autuados. Os comerciantes não sabem o que fazer. Faço um apelo àa SMIC para que
estes comerciantes sejam esclarecidos. E sabemos nós o que representam os pequenos e médios
comerciantes para a vida da nossa Cidade. É um apelo que eu faço da tribuna, o
assunto é gravíssimo e espero que esta Casa tome alguma atitude para que nós
possamos fazer alguma coisa para esta classe da população, hoje, completamente
desprotegida. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: Comunicação
de Liderança com o PDS, Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu desejaria ver diminuído o número de assessores
por Vereador nesta Casa. Eu desejaria ver regulamentada a situação de cada
Bancada, porque é uma situação esdrúxula a que ocorre nesta Casa. Talvez eu não
seja voz isolada no caso da diminuição do número de assessores. Mas, isolado ou não, eu
continuo sensato e não insano como o Ver. Omar Ferri disse que esta Casa está:
cheia de insanidade. Não tenho insanidade nenhuma, porque o meu atestado de
perfeitas condições de mente e corpo está tranqüilo. Por isso me surpreendi,
ontem, com um ofício muito gentil do Sr. Presidente, e que não foi respondido
por mim com a mesma gentileza.. V. Exª me comunicava que o Projeto
de Resolução de minha autoria fora arquivado porque as Comissões conjuntas
teriam se pronunciado contrariamente. Santo corporativismo que esta Casa tem
quando se trata de não diminuir o número de assessores, mas, com corporativismo ou
não, eu vou exigir que se cumpra a lLei na forma que nós votamos.
E o que eu disse, Sr.
Presidente, quando devolvi a V. Exª, não muito educadamente, mas devolvi no
próprio ofício que V. Exª me encaminhou, é que eu queria o cumprimento do que
determina o art. 147 e 148 do Regimento Interno. E o art. 147 e o art. 148 do
Regimento Interno dizem que as proposições não votadas até o fim da Sessão
Legislativa serão arquivadas, exceto a de competência da Comissão
Representativa ou de iniciativa do Executivo. Parágrafo único: (Lê.) “Na Sessão
Legislativa seguinte,
somente a requerimento do Vereador”, e eu requeri, “será desarquivada a
proposição, prosseguindo sua tramitação, ouvidas sempre as Comissões
competentes”. Art. 148: (Lê.) “A cada nova Legislatura, o Presidente dará
conhecimento aos Vereadores das proposições arquivadas no fim da última Sessão Llegislativa, as
quais só a requerimento de Vereador terão sua tramitação renovada”.
Então, as
três comissões deveriam falar e não fazer remendos, porque, no dia 28 de
dezembro do ano passado, O o Ver.
Dilamar Machado dá um Pparecer,
e, agora, na Comissão de Justiça, trocaram as posições ou membros,
então, tinham que remendar. E um Parecer de 28 de dezembro de 1990 foi aprovado
agora em fevereiro. Não tem sentido. Eu apenas quero o cumprimento da Lei. Como
também não tem amparo o Parecer da Auditoria, que muitas vezes a Casa não
respeita, eu muitas vezes venho aqui dizer que deve ser respeitado:. “A matéria de
que trata o presente Projeto de Resolução 58/90 é de competência privativa da
Mesa da Câmara”, art. 54 da Lei Orgânica Municipal e art. 13, §§ 1º e 2º do
Regimento Interno. O que é que diz o art. 54 da Lei Orgânica do Município? “As
reuniões e a administração da Câmara Municipal...” (Lê.) Mas, o que diz o
art. 79 dessa mesma Lei Orgânica? “As resoluções e Decretos Legislativos...”
(Lê.) E o que diz o Regimento no art. 151? “Projeto de Resolução é a proposição
referente a assunto de economia interna da Câmara...”. Que foi o que eu fiz?.
“Parágrafo único: Os objetos de Projeto de Resolução, entre outros,: o Regimento
Interno e suas alterações, Organização dos Serviços Administrativos da Câmara”.
É o que eu estou tentando. Uma Câmara que ontem fez aqui uma briga contra o
Presidente Collor, e trouxe um Deputado Federal, e todo mundo falou em economia
e que, quando alguém pretende diminuir o número de assessores, encontra o
corporativismo formado, a ponto de pegar um parecer do ano passado e assinar
esse ano. Eu quero o cumprimento rigoroso da Lei Orgânica e do Regimento
Interno, porque eu não vou perder a oportunidade nesta Cidade de dizer que a
Câmara tem assessores em excesso... (Fala fora do microfone.) E Bancadas
também. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato – às
14h43min): Com a palavra o
Presidente da Casa.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente dos
trabalhos, Srs. Vereadores, especialmente, Ver. João Dib, g. Gostaria de
mencionar o art. 14º9,
inciso II, letra “a”: “O Presidente dirigirá e representará a Câmara na forma
da Lei Orgânica e deste Regimento. C, compete ao
Presidente, quanto àas
proposições, mandar arquivar a que receber parecer contráario em todas as
Comissões pelas quais tramitou”. E, e foi esta a
base pela qual determinei o arquivamento do presente Processo. Ouvia V. Exª com
todo o respeito, e com todo o direito que V. Exª tem
de defender o seu Projeto. O Presidente não entra no mérito da questão, nem lhe
cabe, neste momento, mas este Presidente entende que é muito claro, e foi esta
sempre a medida adotada, inclusive, ano passado, numa proposição do Ver. Nelson
Castan, não lembro mais o conteúdo, inclusive o Vereador pode me ajudar, era umrna Lei
Complementar, recebeu o parecer negativo das Ccomissões, e foi
imediatamente arquivado pela Direção da Casa, e não era eu o Presidente,
naquela ocasião. Agora, entendo, Ver. Dib, que se V. Exª não o fizer, farei eu,
se V. Exª entende que não se está cumprindo o Regimento Interno e a Lei
Orgânica, se V. Exª não pedir, pedirei eu, o Parecer da
Comissão de Justiça para que ela diga se eu agi certo, ou errado.
O Sr. João Dib:
V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Presidente, não acusei
V. Exª de nada.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Não me sinto
acusado.
O Sr. João Dib:
V. Exª gentilmente me oficiou dizendo que, na forma do art.igo 14, tendo havido Parecer contrário
de todas as Comissões, a matéria seria arquivada, e eu entenderia da mesma
forma que V. Exª, principalmente, se meus assessores me entregassem a matéria.
Ocorre que os artigos 147 e 148, do Regimento Interno,
não foram respeitados, tem que ser renovada a tramitação, não pedi Comissão
Conjunta, a Comissão Conjunta foi porque se incluiu na Pauta da Convocação
Extraordinária da Câmara, não valeu, não tem mais nada, foi arquivado,
terminou, começa tudo de novo, é renovada a tramitação. E admito, até pelo
corporativismo demonstrado, que eu vou ter, outra vez, todas as Comissões
dizendo não, mas quero que seja na forma dos artigos 147 e 148,
do Regimento Interno.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Vereador, posta a
questão com toda a clareza por mim e por V. Exª., acho que nos
cabe remeter a matéria à Comissão de Justiça que, se entender que V. Exª tem razão,
nesta leitura do Regimento, este Presidente não tem qualquer posição a que se
parta do zero. Inclusive quero dizer, Ver. João Dib, que se houve erro, será meu e eu assumo
plenamente. Eu não costumo assinar nada sem ler, com todo respeito que tenho
pelos meus assessores. Não vou dizer que um assessor meu me informou errado
porque eu assinei sem ler. Se houve erro ou uma interpretação diferente do
Regimento, nos artigos que V. Exª menciona,
assumo eu o equívoco sem qualquer problema. Não vou culpar nenhum assessor, só
quero deixar claro que a base legal foi essa, V. Exª levanta uma questão que eu
lhe confesso não saberia discutir neste momento com V. Exª e, melhor do que eu,
melhor do que V. Exª, a Comissão de Justiça é que vai opinar. Se ela entender
que V. Exª tem razão, faremos a renovação de votação sem qualquer problema.
Queria deixar claro que da
minha leitura, certa ou errada, do Processo, eu entendi que cabia isso e defini
com a minha assessoria que, ao invés do que se fazia anteriormente,
simplesmente arquivar processo e deixar o Vereador a “ a ver
navios”, sem saber
em que pé andava o seu processo, é uma questão de respeito e de educação
comunicar formalmente ao Vereador-autor que havia decisão do arquivamento e foi
isso o que fiz, dando ensejo a V. Exª exatamente de se rebelar contra a decisão
e de trazer a questão ao Plenário, sem qualquer problema. Quero deixar claro,
Vereador, eu não entrei no mérito da matéria, nós conhecemos o suficiente, e se
houve equívoco, eu quero assumir esse equívoco sem qualquer óbice e ver a
posição da Comissão de Justiça e o que ela disser, para mim, está dito e será
cumprido.
O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria que este
assunto fosse objetivamente encarado, inclusive, na imprensa, porque
não podemos ficar na situação de vilões e o Ver. João Dib de herói. Nós temos
que encarar este aspecto. Há pouco, ele acabou de dizer que há assessores
demais. Aí, de repente, somos pessoas que estamos nos autoprotegendo. Acho que
este assunto tem que ser tratado inclusive no mesmo nível que o Ver. João Dib,
as respostas têm que ser à altura. Por exemplo: gostaria que o Presidente, assim como fez,
transparentemente, com o salário dos Vereadores e o salário dos funcionários, na TV Guaíba e outro
dia na “Zero Hora”, todo o Rio Grande e o Brasil ficaram sabendo, para saber
quanto representa orçamentariamente a extinção que o Vereador estáa se propondo,
quanto de percentual, em que é que isto vai engrandecer esta Casa ou trazer
melhoras para Porto Alegre, tirando dos seus Vereadores as suas condições de
trabalho. , Vereador,
uma das maiores capitais do Brasil, o Rio de Janeiro, cada Vereador tem vinte e
quatro assessores, em São Paulo, V. Exª também viu que há, inclusive, um
convênio com o Governador do Estado, Quércia, que coloca funcionários à
disposição dos Vereadores. Em todas as capitais são melhores equipados os
Vereadores pela importância do seu trabalho. E, então, acho que tem que
enfrentar essa situação, se não o Ver. Dib continua dizendo como disse outro
dia, durante duas horas, na Rádio Pampa, que este era o Projeto mais importante
do Legislativo Municipal, o que não é verdade.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Nereu
D’Ávila, eu recolho o aparte de V. Exª como um Requerimento para que se faça um
estudo da repercussão financeira na extinção desses cargos e orientarei o setor
respectivo para fazê-lo, distribuindo inclusive o estudo para conhecimento de
todos os Srs. senhores Vereadores.
Quanto ao
mérito, Vereador, eu vou me reservar para discutir depois, porque eu entendo
que na minha condição de Presidente, não devo de imediato interferir nesta
questão neste momento. Apenas queria deixar bem claro de que o arquivamento
desse Projeto de Lei do Ver. Dib seguiu estritamente o entendimento do
Regimento, do seu art. 142,
§ 2º, inciso “a”.. O Ver. Dib tem uma discordância e
acho que o Vereador tem absoluto direito de ter a discordância. Traz a
discordância em Plenário e se o Vereador não requerer formalmente à Comissão de
Justiça, eu próprio
vou requerer para nós dirimirmos a questão, até porque o Presidente da Comissão
de Justiça é um Vereador também do PDS, companheiro João Dib.
O Sr. João Dib:
Nobre Vereador, eu também quero deixar muito claro que quando eu disse que se o
meu assessor trouxesse e eu fosse o Presidente, eu assinaria, é porque na
realidade estão aqui três Comissões. Olhando só o atingido, o violentado, o
violado é que vai descobrir a uma agressão. Agora, normalmente, as pessoas fariam o
que fez V. Exª, o que fez o seus assessor, mas não eu que fui
agredido.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Eu aceito, Vereador, a sua colocação,
e nesse sentido eu entendo que fica clara a posição da Mesa em relação à matéria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Liderança com o PMDB, Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, me inscrevi para Lliderança , em primeiro lugar, até
por que pretendia falar sobre um procedimento adotado pelo Executivo, com
relação ao limite de correção monetária do IPTU para aqueles oito casos
estabelecidos no art. 1º, ou seja, quando é que vai se dar um reajuste de
1.794%, quero dizer o seguinte: o Executivo, no meu entendimento,
equivocadamente ele tem procedido da seguinte maneira: limita em 1.794% e o reajuste
para aquele que tem apenas um prédio utilizado como residência. Ele limita em
1.794% também aquele que tenha apenas um terreno para futura implantação de sua
residência e isto estáa
incluído no inciso II do art. 1º e no inciso IV do art. 1º, propriedade de um
único terreno com até 600 metros quadrados. No inciso V, temos: para os
proprietários de um único terreno, com até 600 metros e que possuam apenas mais
um imóvel, utilizado exclusivamente como residência. O que o Executivo está
fazendo? Neste caso, ele está reajustando apenas 1.794% para o terreno e eu
gostaria da atenção de todos. O que ocorre aí? O Executivo só está limitando em
1.794% para o terreno e não sei quanto para a residência. Isto é um processo
equivocado, porque nóos
limitamos o valor máximo de reajuste para quem tem apenas uma propriedade e
apenas uma residência, um terreno ou um terreno e uma residência. Eu peço que o
Executivo refaça esta posição, porque ela está equivocada. Estão interpretando
mal o conjunto do art. 1º, porque está escrito: “para os proprietários e que tenham mais
de um imóvel”, eles
só estão limitando a correção apenas para o terreno.
Vou voltar
a falar sobre este tema,
até porque dado o que eu ouvi inicialmente pela Liderança do PDS, Ver. João Dib, a minha
visão é a seguinte: fui favorável à divulgação dos vencimentos de todos e
continuo sendo, porque eu entendo que, para o bem deste País, a empresa deveria
divulgar também quanto ganha o seu diretor e quanto é o salário mínimo que ela
paga aos seus servidores. Equivocadamente tem-se dito, reiteradas vezes, que o
servidor público e o político quem paga é o povo e o salário do dono da
empresa, o lucro, etc., quem paga? Também é o povo. Quem paga salários de
Vereadores, de políticos em geral, de servidor público, de trabalhadores de
entidades privadas e, inclusive, dos proprietários dessas entidades, é, em
última análise, o povo consumidor. Portanto, os empresários não divulgam os
seus salários porque eles têm vergonha do que retiram e do quanto pagam para os
seus funcionários. P, por
isso, serei sempre favorável à divulgação.
Com relação
às Ccomissões,
aqui falado pelo Ver. João Dib, também sou favorável à posição de que uma vez que a Ccomissão decidir,
que não deve tramitar, que deve ser arquivado. Por quê? Porque se forma-se
uma série de Ccomissões
e aqui no Plenário o voto é diferente. Uma vez as Ccomissões entendendo que o Projeto não
deva ser tramitado, deve ter autonomia para isso, esta é a minha tese. Quanto
aos três assessores, eu sou um Vereador que trabalha e três assessores para mim
é o ideal. Dois é pouco, três é o ideal, e o reflexo, como disse o Ver. Nereu D’Ávila, é
bastante pequeno. Então, no.
Então, nós
temos que ter assessores que venham e que trabalhem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, pela manhã, a Mesa recebeu a visita do Sr. Secretário
Pilllla
Vares, que fez entrega, dirigida a cada Vereador da Casa, do livro “Memórias de
Porto Alegre”, da Professora Sandra Pesavento. E que foi co-editado pela Prefeitura
Municipal e pela Universidade Federal. Nós estamos fazendo a entrega aos Srs.
Vereadores deste volume.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, hoje de manhã, ao pensar que o Sr. Secretário ia entregar o livro
sobre a Restinga, eu mandei dizer que me recusava a ir. Agora, ao saber que era
este o livro, eu quero retirar o que disse hoje pela manhã, por haver entendido
que era o livro sobre a Restinga e aquele livro desmerece uma Secretaria. Por
isto peço escusas.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, não sei o que V. Exª mandou dizer, por isto não tenho que
escusar, mas posso dizer que V. Exª foi precipitado. Mas, fora isto, eu recebo
seu aviso e de maneira que V. Exª recebe o volume da mesma forma.
O Ver. João
Motta havia solicitado tempo de Liderança, mas não se encontra em Plenário.
Portanto, passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
Primeiro orador inscrito em Grande Expediente é o Ver. Luiz Braz. V. Exª
está com a palavra.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero fazer, aqui, uma saudação muito especial ao PDT,
Partido Democrático Trabalhista.
Eu faço esta saudação porque estamos a dois dias do Governador Alceu Collares, ex-Prefeito de Porto Alegre, assumir o comando do Estado do Rio Grande
do Sul, e quem sabe tentar, com as suas ações, com as suas atitudes mudar os rumos que estão traçados até o presente instante por uma
política errada, administrativa, exercida pelo PMDB e que levou o nosso Estado a uma situação pouco favorável.
Saúdo alguns dos Secretários que vão tomar posse e que já foram anunciados,
inclusive um ex-Vereador desta Casa, o que
muito orgulha o Legislativo Municipal. Refiro-me ao ex-Vereador Adão Eliseu, pessoa que merece todo nosso
respeito, todo nosso carinho. Nós que tivemos oportunidade de conviver com o
Cel. Adão Eliseu neste Plenário, sabemos muito bem que se trata de pessoa altamente democrata, culta, inteligente,
preocupada com a segurança do Rio Grande do Sul. Penso ser esta uma das grandes
escolhas feita pelo
Governador Alceu
Collares. Pena que alguns setores da Polícia Civil não estejam aceitando a indicação do Cel. Adão Eliseu para a Secretaria de Segurança Pública do
Estado, mas acredito que esses mesmos setores que agora se revoltam contra a
indicação do Cel. Adão Eliseu, mais tarde vão agradecer ao Governador Collares
por essa indicação. Tenho a certeza de que o Cel. Adão Eliseu é pessoa competente e vai honrar este Legislativo quando
de sua passagem pela Secretaria de Segurança.
Um outro amigo meu que também foi indicado pelo Governador Collares para
assumir um cargo no governo, é o Dr. Júlio Otmann, que teve uma passagem brilhante pelo Pronto
Socorro, pelo Município de Porto Alegre e demonstrou capacidade e competência. Penso que terá condições de realizar
um trabalho muito bom à frente da Secretaria de Saúde do Estado. Ficamos
contentes ao ver os nomes de pessoas como as referidas serem indicados pelo
Governador Alceu Collares, uma vez que estão sendo indicadas por sua competência. Também o futuro Secretário
da Administração, que foi ex-Secretário da Administração do Município, Dr. Chaves, é outra bela indicação do
futuro Governador.
Nós que fomos eleitores do Dr. Collares nas últimas
eleições, temos algumas preocupações na hora em que o Dr. Collares prepara-se para assumir o Governo do
Estado. Preparamos alguma coisa escrita para que pudéssemos fazer uma crítica a
essa assunção do PDT ao cargo máximo diretivo do Rio Grande do Sul. (Lê.):
“O clima de festa dos pedetistas pode ser facilmente sentido pelas ruas
da Capital gaúcha, mesmo porque é, também, repartido com outros cidadãos que já
mostravam exaustão com o Governo do PMDB que termina. Mas toda a euforia não
esconde a situação de penúria em que se encontram alguns segmentos do Estado. O
que é, aliás, piorado pela política social e econômica levada a cabo pelo Governo
Collor.
Alceu Collares assume o Governo do Rio Grande do Sul acenando
com promessas estimulantes, como todo bom político faz. E traz, de fato,
algumas esperanças, se levarmos em conta que também é do seu Partido o Governador eleito do Rio pela
segunda vez, Leonel Brizola. A contar por ele, Collares poderá ganhar brilho
próprio.
Isso diz respeito de forma especial à questão da educação. Como tem acontecido nos
últimos governos, o magistério estadual está disposto a fazer com que Collares assuma com
sua greve em andamento. Apenas uma herança maldita deixada pelo PMDB, que, pelo menos
até agora, 12 de março, não teve solução. O que
a comunidade espera de Collares, através de sua esposa e Secretária da Educação, Neuza Canabarro, é, no mínimo,
assegurar a pais e alunos o retorno regular do ritmo de ensino nas escolas do
Rio Grande do Sul. As escolas particulares aplicam preços cada vez mais altos, e as
estaduais, por sua vez, nem sequer conseguem concluir um ano letivo. O
resultado é a evasão escolar. Os gaúchos, esperando e acreditando no novo
Governo, querem a normalização do quadro, para que seja
retomado o desenvolvimento do setor.
Outra fonte de dores de cabeça será, certamente, a
questão fundiária. Se
o Presidente Collor praticamente nada fez
para que a reforma agrária – prevista na Carta Magna – se tornasse uma realidade, o Governo do
Estado que sai deixa uma página obscura escrita com o sangue de colonos derramado pela
Brigada Militar na Praça da Matriz. Tudo porque a lei, onde o Estado se comprometia,
junto ao Governo Federal, a dar início na solução do caso, não foi cumprida. Houve
mortos. E mais haverá, se o novo Governo não for senhor de si e firme o suficiente para fazer
valer os direitos do
gaúcho no campo. O Secretário Aldo Pinto, da Agricultura, notório latifundiário, é que
deverá cuidar do assunto. Sem contar as negociações que precisará articular
para tornar o Rio Grande do Sul, novamente, num EEstado celeiro, aplicando
política voltada para
o homem, como prometeu
seu líder na campanha. Uma política
agrícola que fixe o homem no campo, eis o que
se aguarda, também.
Agora que tanto se fala na integração do Cone Sul,
em especial com os países do Prata, será preciso firmeza para que o Governo
Federal não transforme o Rio Grande do Sul num corredor de produtos de
troca entre nossos vizinhos – em concorrência e com preços melhores que os do
mercado gaúcho – e maquinaria ou manufaturados do centro do País. O Governo do
Estado deverá impor condições comerciais justas no andamento do processo.
No que toca ao funcionalismo, é óbvio que se espera
a regularização do problema. Ninguém se sente motivado a trabalhar e produzir
na circunstância atual dos quadros. O funcionalismo público do Estado do Rio
Grande do Sul, que já foi o segundo mais bem pago do Brasil, hoje vive em
petição de miséria.
Cultura. O Governo passado fez algumas obras – como a Casa Mário Quintana –
e foi durante ele que o Theatro São Pedro reabriu, em especial por obra e graça de Eva Sopher. Jornais como ‘O Continente’ e ‘Trinta Dias de Cultura’ poderão desaparecer.
Espera-se que surja uma lei estadual de incentivo à cultura – espécie de ‘Lei Sarney’ –, que estimule a iniciativa
privada e empresarial a apostar na área. Mila Cauduro terá de ser mais de
cultura que de política.
Não se sabe se conseguirá. O anunciado afastamento de Eva Sopher do Theatro São Pedro já revolta.
Matheus Schmitt, nos transportes, entre outras
coisas, tem um ponto de honra a cumprir: pressionar para que a BR (ou RS?) 470 seja uma realidade. Uma
via de escoamento que faz falta no nordeste do Estado. Deverá dar atenção para meios alternativos, em especial no
que toca ao transporte de passageiros. Seres humanos não são carga, mas
cidadãos – e eleitores, se é o que interessa. Paulo Mincarone já esteve em Nova Prata fazendo
palestras sobre a RS 470.
De Maciel Rodrigues, da Brigada Militar, e Newton Muller, da
Polícia Civil, espera-se mais desempenho e maior eficiência das forças,
porque a segurança é fraca em todo o Estado. E melhora de nível dos quadros. Eliseu de
Carvalho, da Segurança Pública, tem uma pasta delicada sob sua
responsabilidade.
Caixa Estadual e Banrisul. O usuário comum pede que
os dois bancos agilizem seus serviços. Feito isso, que sejam mantidos, inclusive
protegidos da sanha intervencionista e devoradora do Governo Federal via Banco Central.
Indústria sem fumaça. O turismo sempre foi uma boa fonte de renda.
Literalmente, faz com que o dinheiro seja levado até seus pontos de atração. Se
a estrutura hoteleira ganha incentivo, devem merecer, também, em conjunto, a cultura e o
lazer. Aí deve ser retomada a discussão pela liberação do jogo. Os cassinos da
serra gaúcha, por exemplo, ainda contam com
grandes entusiastas.
Que os concursados e aprovados sejam admitidos.
Meio ambiente. Reestudo de política de barragens –
menores e em maior número, e como na Europa –, a fim de evitar êxodo rural e outros problemas, como os de reassentamento. A ditadura primou por grandes
obras (com grandes comissões e grandes verbas para empreiteiras), mas criou boa
parte dos sem-terra. A recuperação do Guaíba é questão de honra, junto com o Município, mas isso começa pela
purificação das cabeceiras. O que inclui, entre outras medidas, a fiscalização
e obrigatoriedade, por parte dos curtumes e outras indústrias, de instalação de
equipamento antipoluente. A Polícia Rodoviária Estadual deveria atuar em conjunto com o
IbamaBAMA e outros organismos na fiscalização e repressão às
violências ambientais. Também falta uma política mais agressiva de
reflorestamento.”
É uma crítica que fazemos a este Governo Estadual que está prestes a tomar posse, que, se Deus quiser, pretendemos que ele consiga fazer com que o Rio Grande seja
novamente colocado nos trilhos.
O
Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, uma das qualidades que todo o homem
público deveria ter é coerência. O futuro Governador Alceu de Deus Collares está sendo coerente, eis
que na Prefeitura Municipal ele achatou os salários dos funcionários.
Neste momento, ele está sendo coerente. De 100, em 31 de dezembro de
1985; nós só tínhamos 38, em 31 de dezembro de 1988. Agora ele quer achatar o
salário do funcionalismo estadual e está querendo brigar com o Governador Guazzelli porque tenta um acerto para evitar a greve. Mas ele é incoerente,
pois quando saiu da Prefeitura ele tentou dar algo a
mais para o outro pagar, agora não quer receber. Isto é
incoerência, ele tinha que ser coerente sempre.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, da mesma forma como
critiquei o então Prefeito Alceu Collares, que
deixava para o Prefeito
Olívio Dutra um Plano de Carreira que ele não assumiu, deixou para que o Olívio Dutra assumisse, da mesma forma critico, agora, o atual Governador do Estado do Rio
Grande do Sul que no finalzinho do seu governo, também tenta fazer um acordo com o funcionalismo público que ele sabe muito bem o
Estado do Rio Grande do Sul não pode cumprir, mas ele tenta jogar para que o
futuro Governador do Estado se veja em má
situação. O mal não se pode pagar com mal, vivemos um momento no nosso Estado em
que todas as forças
devem se unir para sair da crise, tirar o Estado desta crise, para que possamos tirar o nosso Estado da crise e tirar o País desta crise. Eu acho que não é o momento de uma força
política tentar atrapalhar a outra, de uma força política tentar fazer o mal para a outra. De as forças de oposição tentarem impedir que aqueles que estão na situação possam fazer
alguma coisa. Eu acho que nós que estamos na oposição, de uma certa forma,
devemos fazer o possível para que aqueles que estejam na situação consigam resolver os problemas, trazer
soluções para os nossos problemas, para que a crise que se instalou
neste País, principalmente a crise que se instalou neste Estado, possa ser banida em
definitivo. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Queremos interromper momentaneamente o
período de Grande Expediente, pedindo escusas
ao Ver. Luiz Machado que seria o próximo orador, para registrarmos e recebermos
com muito prazer o Sr. Remo
Chiapetta, Secretário da Fazenda da cidade de Morano Cáálabroallabro, da província de CallabriaCalábria, da Itália, que é cidade-irmã de Porto Alegre, que nos
visita. Inclusive, trazendo um convite a Porto Alegre.
Antes de passarmos a palavra ao Sr. Remo Chiapetta, passamos
a palavra ao Ver. Vicente Dutra, para que nos representasse e fizesse a saudação em nome da Casa, ele que
nos propicia esse contato.
O
SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, ilustres
visitantes, amigo Remo Chiapetta, representando o Prefeito Caetano Santagada,
Prefeito de Morano Cálabroallabro, que é uma
cidade da Região de CallabriaCalábria, na Itália. Digníssimo Ccavalheiro do Governo italiano; C a r m e, Carmine Motta, representante da CallabriaCalábria no Rio Grande do Sul; e Antonieta Chiapetta, esposa
de Remo Chiapetta;
Francisco de Luppe e sua esposa; Luiz de Pallombe; Estela Pallombe. E demais integrantes da comunidade calabreza que
reside aqui em Porto Alegre e nos acompanha, nos dão a honra de presença nesta tarde, nesta
Casa. Mais uma vez, Srs. Vereadores,
esta Casa vem ser a sala de recepção, a sala de visitas de visitantes ilustres
que vem a Porto Alegre, como é o caso da visita importante do Sr. Remo
Chiapetta, esposa e os demais acompanhantes.
Porto
Alegre, em 1982, através de um Decreto, patrocinado pelo Governo Guilherme
Socias Vilella e assinado, posteriormente, pelo Prefeito João Dib que, hoje, está no Plenário, foi declarada cidade-irmã de Morano CallabroCálabro. Por que esta declaração de Morano CallabroCálabro? Ela não é gratuita. Ela tem uma razão profunda, uma justificativa
que transcende apenas
aqueles laços de
amizade que ligam duas cidades. A cidade Morano CallabroCálabro está inserida dentro de Porto
Alegre. A cultura, o comércio, as artes, a educação, a indústria, estão intimamente ligados aos descendentes de Morano CallabroCálabro. E só para dar um dado: em Morano CallabroCálabro, hoje, tem uma população que vai de quatro mil e
quinhentos, talvez a
cinco mil
habitantes. E Porto Alegre tem, hoje, cerca de quinze mil descendentes de Morano CallabroCálabro. Alguns dados, como eé o caso do Ccavalheiro Carmine Motta, que representa a CallabriaCalábria, nasceu em Morano Cálabro, como outros que estão integrando esta visita e outros descendentes, como é o meu caso, que sou da terceira geração. A minha avó nasceu em Morano Cálabro. EntaoEntão, quinze mil descendentes em Porto Alegre,
cinco mil habitantes, lá. Então, vejam a expressão da participação desta Cidade, uma pequena cidade do Sul da Itália, a influência que tem aqui em Porto
Alegre.
E 1lá em Morano Cálabro, a cidade de Porto Alegre é muito festejada, uma cidade
muito querida. Em qualquer ambiente público que se vai, encontramos uma fotografia, cartazes. E é raro encontrar uma pessoa que não tenha um parente em Porto
Alegre. Estão recebendo, permanentemente, notícias sobre a cidade americana,
que é a cidade de Porto Alegre. Uma das
principais avenidas de Morano CallabroCálabro chama-se Av. Porto Alegre. Eu tive a oportunidade de
visitar, junto com o Carmine Motta, demos uma entrevista na Rádio Monte Polino, que hoje tem um restaurante em Porto Alegre. O famoso Monte Polino fica na região onde está situada a Morano CallabroCálabro. É o monte mais elevado do Sul da Itália.
O Remo Chiapetta, representando o Prefeito, traz uma
mensagem e traz um convite a Porto Alegre, nas comemorações que se darão, no ano que vem, dos dez anos. Quero fazer uma menção, que se encontra no Plenário quem assinou o Decreto, declarando cidade-irmã, hoje
Vereador, João Dib. A nossa saudação muito especial em nome da Câmara de Vereadores,
desejando que tenha uma boa estada em Porto Alegre e no resto do Brasil e que
possa mais vezes voltar para nos trazer notícias, e pedimos que sejam
portadores do nosso mais fraternal abraço
aos queridos moranenses que tanto nos recebem bem e vêem com alegria cada vez que chega um porto-alegrense naquela cidade,. O nosso abraço a todos vocês. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Eu solicito ao Sr,. Carmine Motta que nos auxilie
na tradução. Agradeço ao Dr. Remo Chiapetta em nome do Legislativo, dos
companheiros Vereadores, a mensagem e a lembrança trazida será afixada no nosso prédio, na Sala da Presidência. Eu já solicitei ao companheiro
Carmine Motta que depois nos entregasse por escrito a Mensagem da Municipalidade
para que pudéssemos
transmitir a cada
Vereador o texto lido na tribuna, porque já verificamos que a letra do companheiro é meio complicada, assim, será datilografado, para que se fique com a
mensagem.
Mas acho que ficou registrado para todos nós o convite de que em janeiro
Porto Alegre receberia um grupo de moradores da CallabriaCalábria, e que, em julho, Porto Alegre
enviaria um grupo até a CallabriaCalábria, em julho de 1992. Feito o
registro, fica o nosso agradecimento à visita e à expectativa de que, efetivamente, esta troca de informações, de visitas, se cumpra no próximo ano. (Palmas.)
(Nota do
revisor: O texto lido pelo Sr. Remo
Chiapetta não constou dos apanhados
taquigráficos da Sessão.)
(É feita a despedida dos convidados.)
O SR. PRESIDENTE:
Retomando os
trabalhos, concedemos a palavra ao Ver. Artur Zanella para uma Comunicação de Liderança.
O
SR. ARTUR ZANELLA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, pedi tempo de Liderança para definir bem aquilo que
havia dito ao Sr. Prefeito, há poucos minutos, numa Questão de Ordem. É que a Secretaria de Cultura fez,
efetivamente, um trabalho sobre a memória de Porto Alegre, bairros de Porto Alegre, e para fazer a história da Restinga, ela pegou depoimento
de alguns moradores
e também o comentário do funcionário da Secretaria
Municipal da Cultura.
Enquanto opinião
dos moradores, tudo bem, não há problema. Os comentários feitos pela
Secretaria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que existe lá – e aqui nesta Casa existem dois ex-diretores do DEMHAB que não foram ouvidos. Dos líderes comunitários ouvidos, o Ver. Luiz Machado, por exemplo, só comparece com o texto de sua
lei definindo o Bairro Restinga, mas sem dizer que o autor é o Ver. Luiz Machado, e, sim,
assinatura do Sr. Prefeito. E o Ver. Dilamar Machado, por exemplo, quando levou aquelas pessoas para
a Vila Castelo, vou
lhe dizer como aparece a sua ação. (Lê.):
“Nós tínhamos invadido uma área verde da Vila Nova,
mas o proprietário era um advogado
de porta- de- cadeia (...) e aí, quem tem dinheiro é quem manda. (...) Aí a Brigada nos trouxe pra um terreno baldio onde era
a Esperança. Com ajuda de alguns políticos que queriam se candidatar (...)
nós não pagamos nada pelas casas, apenas água e luz. (...) Essa área aqui, a
Castelo, era área verde e parece que seria construído o hospital (...) mas aí o pessoal do DEMHAB marcou
o terreno e estamos aí.”
Isso é dito pelo Sr. Otacílio Ferreira de Freitas e Sr. Júlio César Ferreira de Freitas,
provavelmente moradores.
Depois, aparece a origem das benfeitorias da Restinga: a Igreja, “através de mecanismo de pressão (...) sua luta”.
Em resumo: a Restinga foi feita pelos depoentes, Igreja e um bando
de diretores-gerais que para se
candidatarem e se elegerem construíram a
maior vila popular do Brasil e a melhor estruturada de todas. Como eu achei que o dinheiro da
população estava sendo utilizado para um
proselitismo político, porque ao menos poderiamm ouvir ou procurar os ex-diretores do órgão, mas não procuraram, por isso me recusei a ir à audiência que queria o Sr. Secretário Municipal de Cultura.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje ouvi o nome
dos indicados pelo Dr. Collares para o Governo. Dos que conheço, eu queria cumprimentar o Sr. Governador, pois a maioria dos
que conheço, eu creio que serão administradores que farão muito por este Estado e se
algum tiver alguma falha futura, eu tenho certeza de que S. Exª saberá equacionar isso aí.
São muitas pessoas a serem nomeadas. A única ressalva que faço e vou fazer daqui, uma prática que foi iniciada com o
Governador Jair Soares, de sempre escolher um Vereador para o secretariado, que foi em primeiro lugar o Ver. Mendes Ribeiro,
depois foi este Vereador e que o Dr. Pedro Simon, no cargo de Secretário, também teve a oportunidade de
nomear, que foi o Ver. André Forster para a
Metroplan, infelizmente neste caso nenhum Vereador do interior ou de Porto Alegre foi
convidado, assim como não foram também os Deputados
Estaduais, o que demonstra que não foi um problema de competência, foi um problema de
critério, mas que eu lamento, profundamente,
que os Vereadores, tanto do interior como
principalmente os de Porto Alegre, não tivessem oportunidade de mostrar a sua capacidade. Eu lamento, como Vereador de
Porto Alegre, e eu lamento também a capacidade
que o Dr. Collares tem de fazer brincadeiras que redundam em frases mal
colocadas e esta
brincadeira, imagino que seja, na página 06 da “Zero Hora”, que diz, quando anunciou o Luiz Alberto Chaves, que é
funcionário municipal, que é da raça
negra como o Governador, disse: “... além do Governador, temos outro da mesma espécie, quer dizer da
mesma raça”. Acho que foi uma brincadeira
de muito mau gosto que o Dr. Chaves não merecia isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz
Machado para falar em Grande Expediente.
O
SR. LUIZ MACHADO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou ocupar o espaço do Grande Expediente para falar de um tema polêmico em termos de Brasil,
mas antes quero relatar algumas palavras que procurei buscar nesse livro que o
Ver. Artur Zanella me passou, “Memórias do Bairro Restinga”. O cidadão que editou este livro
procurou fazer um levantamento na Restinga, é mais miserável que os
miseráveis, porque para mim miserável é aquele que planta a miséria no cérebro dos outros. Pois esses são miseráveis. Porque a Restinga tem tantas
coisas boas, Ver. Dib, mas conseguem fazer
este livro e trazer só a miséria. As fotos que tiraram é a subabitação da subabitação. A Restinga não tem só miséria, a Restinga, hoje, é um Bbairro respeitado em termos até de Rio Grande do Sul, é um bairro conceituado e tem muitas
pessoas até de classe média. Portanto, o que vejo aqui
é só fotos de favelas com caixas
de Pepsi-Cola e daí para fora, só miséria. Não trouxe nada que dissesse memórias da Restinga. Com todo o
respeito que me merece o meu Bairro, o nosso Bairro Restinga, espero que um dia o Governo da
Frente Popular faça
alguma coisa de
melhor, traga as dificuldades econômicas que tem o Bairro, mas traga também o que tem de bom.
Mas, vou ocupar o Grande Expediente e falando – e sei que tem Vereador aqui nesta Casa que vai me
contestar –, mas espero dar aparte no final do meu
pronunciamento. Me deparei ontem no Jjornal Zero Hora, na página policial, e por isso que
vou mudar, Ver. Adroaldo, a partir deste
momento sou um ardoroso defensor da pena de morte no Brasil para crimes contra a criança. E
espero que a proposta
levada ao Congresso
pelo Deputado Amaral Neto tenha a consonância das demais Bancadas e possamos ter um plebiscito em
termos de País muito breve.
Diz o seguinte a matéria: “O delinqüente Carlos Alberto Siqueira,
tentou matar a filha de um ano. O ex-presidiário Carlos Alberto Ferraz Siqueira, o alemão, 21 anos, voltou para a cadeia desta vez, quando perdeu a cabeça e
tentou matar a filha de um ano. Primeiro amarrou um fio no pescoço e após espancou com pontapés e socos”. A criança foi parar na UTI.
Meus caros colegas, se isso não merece uma guilhotina, não sei quem merece. Uma pessoa
que faz isto contra uma criança de um ano, inocente, sua filha, já era delinqüente anterior, preso, condenado, e volta a praticar um crime desta natureza contra criança
e sua própria filha, para mim só pena de morte. Sou a favor da pena
de morte contra crime contra a criança, ser indefeso.
Outro assunto que me traz ao Grande Expediente é referente às associações comunitárias que ficaram sem o tíquete de leite. Eu sinceramente falei
um ano antes de acontecer isto que iria acabar muito em breve o tíquete do leite. Nem o Governo Collor tinha assumido, eu disse isto aos meus
companheiros. Mais de 70% eram vigaristas e estavam desviando o tíquete do leite. Então, infelizmente, aqueles que trabalhavam sério, que poderiam levar às crianças carentes um litro a mais para dentro de
casa, ficaram sem o tíquete.
Eu mandei uma proposta ao Governo Federal antes de acontecer esse episódio, pedindo que fosse informatizado o
programa do leite e que fizessem um levantamento de todas associações e que colocassem tudo no
computador, os responsáveis que vão buscar o leite, nome e fizesse
confrontação todo o final de mês. Aí não daria a corrupção que estava dando. Mandei também uma proposta para que em
nível de decreto ou projeto, entidades que não tivessem até cinco anos de fundação não recebessem benefícios, como muitas entidades que apareceram naquele
momento, aparecendo mais de mil em Porto Alegre, de repente. As famosas entidades em
papéis embaixo do colchão e recebendo tíquetes do leite, prejudicando as entidades, as associações
de Porto Alegre que trabalham pelos pobres, mas, infelizmente, você via
associação três, quatro no mesmo bloco de apartamentos e todas recebendo tíquetes do leite, evidente que não ia durar isso. Então, a minha proposta é que os
benefícios sejam do Governo Municipal, nível Estadual e Governo Federal,
que viesse o Movimento Assistencial de
Porto Alegre, de todo o Rio Grande do Sul, do País, só com entidades que tivessem
uma carência de três ou cinco anos de fundação para que não houvesse mais entidades
fantasmas que viessem prejudicar os movimentos comunitários que estão aqui, desempenhados pela nossa gente, pelos comunitários que realmente trabalham pela
nossa Cidade.
O
Sr. Ervino Besson:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Machado, quero lhe agradecer por V. Exª me conceder um aparte. Sobre a
Restinga, Vereador, acho que a pessoa que
escreveu este livro, acho que deve ter uma dor de
cotovelo, porque quem conhece a Restinga como nós conhecemos, é orgulho morar
na Restinga. Muitos bairros da cidade de
Porto Alegre não têm a infra-estrutura que tem a Restinga hoje.
Segunda parte, Vereador, eu quero parabenizar V. Exª pela coragem que V. Exª tem de denunciar esta
barbaridade que acontece nos tíquetes do leite. Este Vereador sabe a liderança que V. Exª tem na Restinga, inclusive V. Exª é presidente da Associação de Bairro e controla o problema do tíquete do leite. E V. Exª sabe muito bem o que acontece, a roubalheira, a barbaridade que acontece nos tíquetes do leite. Parabéns, Vereador, pela sua coragem. Há muitos líderes comunitários que não têm a coragem de denunciar o que V. Exª está denunciando hoje na tribuna. Muito obrigado.
O
SR. LUIZ MACHADO: Agradeço o seu aparte. Posso
dizer que uns dois meses antes do
Governo Federal tomar
providência e
suspender o tíquete do leite, a Associação Amovir, da Restinga, comportou na sua sede, reunião com todas as associações da Restinga, são em número de nove. E foi feita a superintendência da LBA, que esteve representada por uma
doutora que me foge o nome no momento, mas que ela fez um levantamento, provou nas entidades que
estavam trabalhando sério num bairro que as entidades
aquelas que trouxeram problemas
e mostraram quais os problemas, mostraram quais os problemas, motivo
pelo qual é que estavam ali suspendendo o tíquete do leite. Parece que há uma
proposta do Governo Federal de agora entregar leite
em pó. No mês passado, recebemos uma carta da LBA
comunicando que futuramente vamos receber alguns produtos da cesta básica. As associações que estiveram naquele curso
do programa do leite da SEAC, na época, se não tiveram problema de processo
nenhum, receberão alguns produtos da cesta básica, entre outros, o leite em pó.
Portanto, eu só lamento aqueles que tinham tíquete para alimentar o seu filho,
que ficaram sem o produto, mas no Brasil não dá para trabalhar dessa maneira, ou seja, entregando
em qualquer canto donativos e aquilo que era
para a criança, ser desviado, onde qualquer um enxergava os erros na entrega do tíquete do leite em várias entidades.
Se naquela época eu fizesse essa denúncia, eu não conseguiria sair pela porta da Câmara a não ser escoltado pela polícia, porque alguém ia querer a minha cabeça, porque o
Vereador estaria falando das lideranças comunitárias. Hoje, o Governo tomou providências e eu
acato a decisão que acho que foi sábia, correta, porque para mim, mais de 60% era jogado no bolso de
quem não precisava. Infelizmente,
prejudicou aquela gama da sociedade que mais precisava. Mas, vamos mudar e vamos por outro caminho, quem
sabe uma proposta melhor do Governo. A associação está aí, pronta para trabalhar novamente.
O
Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Luiz Machado, sobre a questão da Restinga, eu vou responder
posteriormente porque precisa de mais tempo. Vou discordar de V. Exª quanto à questão do programa do
leite, a nossa associação de moradores, quando eu fui Presidente, nos forçou a
entrar no programa e nós entramos, tínhamos uma equipe que fazia a
distribuição. Mas eu sei que nem todas as associações funcionavam com lisura.
Agora, acho que a minha questão é mais ampla, porque na
verdade todos os governos que fazem o arrocho salarial de forma violenta em
cima da classe trabalhadora, para compensar, adotam determinado programa de assistência como
esse do leite e, com isso, fazem demagogia política. Parece-me que em programas
como esse do leite há muita demagogia, porque o Governo Sarney que arrochou os
salários dos trabalhadores ao mesmo tempo montou o programa.
O
SR. LUIZ MACHADO: V. Exª confessou que entregava o tiquezinho do leite, no mínimo,
na associação?
O
Sr. José Valdir:
Nós fomos forçados, os moradores decidiram, em assembléia, entregar no programa do leite e a própria
assembléia escolheu uma equipe para entregar e controlar os tíquetes do leite. Agora, em muitas
associações isso não ocorreu. Há, inclusive, casos de associações fantasmas que se formaram
apenas para entregar o tíquete do leite,
antes elas não existiam. Em algumas dessas
associações, o presidente obrigava os moradores a se filiarem à associação, pagar uma taxa
mensal, que não era muito barata, para então terem direito aos tíquetes do
leite. De fato, esse problema de corrupção existia, mas para mim o problema é mais fundo, porque políticas desse tipo sempre vêm
junto com a política de arrocho salarial.
O SR. LUIZ MACHADO:
Entendemos que o arrocho salarial é antigo, não é coisa de agora, isso vem desde o Governo Sarney ou até antes dele. Mas eu
pergunto: se não fazem nada é porque não fazem nada, se fazem alguma coisa é demagogia,
como ficamos? Vou dizer que, pelo menos, o Governo Sarney fez uma coisa boa:
atender a área social. Há muitas pessoas, de todos os partidos, que se elegeram
por trás desse programa! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Próximo inscrito é o Ver. Mano José
que faz transposição com o Ver. Nelson Castan que, por sua vez, cede seu tempo ao Ver. Adroaldo
Corrêa.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero agradecer, em primeiro
lugar, ao Ver. Mano José que fez transposição de tempo com o Ver. Nelson Castan e a
este Vereador por me ter cedido seu tempo,
possibilitando-me fazer uma intervenção em busca da unidade da atenção do
povo do Rio Grande do Sul para uma situação que é nacional, mas que no Rio
Grande do Sul tem um efeito que se deve levar em consideração e perceber a dimensão do processo que
hoje se desenvolve.
Ninguém tem dúvidas de que a Petrobraas é um patrimônio do povo
brasileiro. Alguns, até por saber disto, querem torná-la privada para melhor construir objetivos de entrega
da Nação ao capital internacional, ao interesse mesquinho da apropriação individual do produto do
trabalho.
Ninguém tem dúvidas que é um patrimônio do Rio
Grande do Sul a Refinaria Alberto Pasqualini – se encontra em greve há uma quinzena, num movimento nacional dos trabalhadores. E
é de salientar: é a primeira vez que o conjunto das refinarias do Brasil assumem uma
proposta de luta nacional. A exceção da conquista da cidadania, pela nacionalidade, pelo Brasil, da rede de
distribuição de petróleo, ainda sem o controle dos brasileiros, não há o monopólio da
distribuição que não se conseguiu, conseguiu-se o da prospecção. Nós temos, no
Brasil inteiro, hoje, um questionamento da política do Governo, não só a salarial, que é a que mobiliza de
fato os trabalhadores, mas como sustentação disto que mobiliza o conjunto da
sociedade, a situação de eminente entrega de um patrimônio construído ao longo dos tempos, na mobilização dos
trabalhadores no período da década de 1950, na mobilização dos socialistas, dos comunistas, somados àquele que era um
empreendimento governamental autônomo e pretendia uma via nacional de desenvolvimento. E na perspectiva do conjunto dos trabalhadores do Brasil.
Nós devemos ter claro que na data de ontem, o TST,
Tribunal Superior do Trabalho, chama os
trabalhadores em luta pelo seu salário, numa reposição de 161%, por um plano de
reclassificação de cargos e salários, chama os trabalhadores a produzir. Porque
se trata de setor de segurança nacional, essencial da economia. Se é essencial,
se é de segurança, por que na política salarial os trabalhadores não têm o tratamento diferenciado por parte do Governo?
O
Sr. Ervino Besson:
V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adroaldo, agradeço o seu aparte. Vereador, hoje,
pela manhã, esse Vereador recebeu no seu
gabinete alguns funcionários da Petrobráas. Eu, sinceramente, Vereador, não estava acompanhando essa greve dos funcionários da
Petrobras, mas fiquei preocupado e
estarrecido por algumas colocações que fizeram hoje pela manhã. E, se continuar a greve, vejam os Srs.
Vereadores que se continuar a greve, a partir de segunda-feira talvez nem gás nós vamos ter na Cidade e pelo que sentimos desses operários da Petrobras, eles são até motivo de chacota para alguns
diretores da Petrobras. Agora concordo plenamente com o seu discurso, Ver. Adroaldo
Corrêa, a situação é séria, é crítica e talvez sejamos procurados por alguns
funcionários com o seu Sindicato para
trazer aqui as suas posições para que talvez nós possamos daqui formar uma comissão e ir até o Governo do Estado para eles levarem as suas reivindicações e exporem o que está para acontecer nos próximos dias.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: Muito obrigado, Vereador, o seu aparte vai no sentido da
intervenção que estamos fazendo que é, não falar em nome dos trabalhadores, mas
de dizer, enquanto brasileiro, que está nesse momento em cheque a situação nacional de uma empresa que é patrimônio do povo. Ou o
Presidente da República, associado a ele a visão de um Tribunal Superior do Trabalho que pretender
impedir a livre negociação, proposta inclusive
pelo Presidente da República, em que os trabalhadores têm uma proposta salarial e um
conjunto de reivindicações plausíveis, razoáveis dado a perda salarial e
as condições de trabalho, pretende que os
trabalhadores voltem ao trabalho para negociar, rendam a sua força para negociar com o Governo
que é o seu empregador, o seu patrão que tem o objetivo de vender
o que é o seu local de trabalho, de
vender o que é o patrimônio da população.
O
Sr. José Alvarenga:
V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Hoje pela manhã, nós estivemos na Refinaria Alberto Pasqualini e acompanhamos junto com
outras entidades, em especial do Vale dos Sinos, com o Sindicato dos Bancários, a assembléia dos funcionários, e a idéia aprovada na assembléia era da continuidade da
greve, parece que o movimento concorda integralmente com as afirmações que o Vereador
manifesta da tribuna e os petroleiros manifestaram que apesar da decretação da
ilegalidade da greve a
partir de segunda-feira, pretendem manter seu movimento até
garantir as suas reivindicações.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: Principalmente no Rio Grande do Sul, sabem
aqueles que
acompanham este episódio, enquanto interlocutores de diversos segmentos da
sociedade que tem responsabilidade com a construção no Rio Grande do Sul, com a independência do Rio Grande do Sul – o Governo Federal já disse que se houver refinarias que devem ao Governo Federal, elas, assim como as hidroelétricas,
poderão ser privatizadas –, e não é outra a luta dos trabalhadores. Os
petroleiros querem reajuste de 16l%, não privatização de empresas do sistema Petrobras, reintegração dos demitidos na reforma administrativa do ano
passado, criação de comissão de saúde, e um Plano de Cargos e Salários.
O Presidente da Petrobras, Sr. Eduardo Teixeira, aceita a discussão do Plano de Cargos e Salários se os trabalhadores voltarem ao trabalho. O
Presidente quer continuar a delonga, a prorrogação do estudo da reforma dos quadros da empresa que já se vai a mais de ano desde a reivindicação apresentada a este Governo. O
Governo anterior não
as aceitou. Algumas greves ocorreram em Paulínia e Camaçari, São Paulo e Bahia. Mas neste momento, dado à gravidade do momento que se verificou com a questão Porto de Santos, que cinco mil trabalhadores iam ser
demitidos para a
privatização, para
tornar viável a privatização, porque ninguém compra o que é investimento estatal feito para produzir e até para substituir a
iniciativa privada onde ela não quis investir o primeiro momento. Ninguém
compra com o conjunto de funcionários que ela tem hoje. É o que está sendo
exigido também na Aços Finos Piratini, que corre o mesmo risco que correu o
Porto de Santos, que só a cidade parando resistiu ao impacto e à virulência
da política de entrega do patrimônio do povo de responsabilidade do Presidente Collor.
Achamos
que esta é uma questão do Rio Grande do Sul, por menos, por uma agência
financeira, pelo Banco Meridional, que se construiu, este Rio Grande se
levantou, e achamos que este é um
momento importante da nacionalidade e do papel que o Rio Grande do Sul representa neste País. Nós achamos que forças devem
ser somadas em defesa dos trabalhadores, em defesa do patrimônio que é a Petrobras e do conjunto das refinarias que significam uma
possibilidade de exercício de soberania de fato.
Nós achamos que a história do abastecimento está um pouco mal contada neste momento, ainda. É certo que a produção estaá a 20%, ou 25%, conforme as versões, ou da empresa ou dos trabalhadores, que não pararam completamente para não inutilizar determinados
setores da refinaria. É certo que há uma derrubada dos índices de produção. Há quinze dias não operam a pleno as refinarias. Agora, há uma explicação objetiva para que só falte no
Paraná e ainda não tenha sido anunciada falta onde não há refinaria, por exemplo, no
Pará, Alagoas, Maranhão. Todos lembramos que os postos
de gasolina, recentemente, foram levados a fechar às 20h, levados a não abastecer no domingo. Era a desculpa da Guerra do Golfo.
Não é. Todos os trabalhadores sabem que à época da negociação salarial, os assalariados são forçados pela
chantagem da formação de estoque. A acumulação de estoque é a arma do empregador para negociar o
baixo salário contra os trabalhadores.
Assim como em jornalismo há matéria de gaveta, que fica lá esperando que eventualmente uma mobilização
ocorrida seja
furada por releases, por material a-histórico, a-noticioso, mas que está redigido e pronto. Na prateleira, no estoque de
uma siderúrgica isso é essencial. É arma do patrão contra a mobilização dos
trabalhadores. É claro que o noticiário sobre a eventual falta pode levar a
população a trabalhar
sua consciência contra a greve dos
trabalhadores. E aí contra a Petrobras, e aí a favor da política salarial que o Governo quer impor, não só aos petroleiros, mas ao
conjunto dos trabalhadores.
Agora, o Governo formou estoque de combustível, formou
estoque de gás. E
entra na questão do
estoque de gás que
o distribuidor que um aumento de sua margem de lucro, como bem foi denunciado aqui, em cima de
preços congelados e outros preços não congelados, a carne
foi lá em cima e o atacadista é obrigado a comprar o preço
acima; o varejista
é obrigado a comprar o preço acima do que o Governo tabelou. Os preços não
estão sob controle, a não ser no papel. Eles se formam na indústria, se formam no mercado, se formam na
concorrência. E o Governo tem estoque
especulativo de gás, tem estoque especulativo de nafta e tem estoque
especulativo de combustível. E joga isso nas costas dos trabalhadores, e joga
isso nas costas largas e bombardeadas de Saddam, de Bush, que teêm que merecer a crítica pela
guerra, mas não pela falta de combustível no
Brasil, porque não deixou de encostar petroleiro
e abastecer refinaria. Isso é safadeza de um governante que
tem condições e se
nega a atender as
reivindicações dos trabalhadores. Uma reivindicação que, pela primeira vez, unifica os
petroleiros de todo País e que é contraditada com as necessidades da população. Ora, a população tem
necessidades,! tTem fins, tem necessidades. Os trabalhadores
se propõem a atender a urgência e a
emergência desta sociedade em saúde e em segurança. Agora, não ajudarão a formar estoques contra si mesmo, porque foi isso que
aconteceu. Amanhã, pode, não nos mobilizando, ser nosso o
problema em relação aos demitidos, eo problema em relação ao fechamento da Refinaria.
É importante que isso ocorra nesse momento em que os Governantes
Estaduais estão assumindo as suas funções, porque e razoável se
pensar que, se, para tapar o sol com a peneira, o Governo Central vai
lançar um Plano, entre aspas, que não discutiu com ninguém, que não apresentou na campanha eleitoral, que não discutiu no Congresso, para
esvaziar o noticiário sobre os Governos Estaduais que assumem.
Lança amanhã para esvaziar o noticiário que sai no dia 15, na posse dos
Governadores, para continuar sendo o único interlocutor, o Governo Federal,
desde a mídia eletrônica, com um Projeto vazio de
conteúdo, que não diz nada de resposta aos trabalhadores, às suas necessidades. É razoável pensar que os governantes devem
dirigir, junto com os trabalhadores,
neste momento, o interesse nacional que não é nada mais, nada menos, que o atendimento às reivindicações dos
trabalhadores e defesa do patrimônio do povo, que é a Petrobras, que é o Porto dos Santos,
que é a Aços Finos Piratini S/A. É nestse sentido que nós gostaríamos
de chamar a atenção desta Câmara, não do ponto de vista da repreensão, mas do
alerta, de que esta é uma luta que vai empolgar o Rio Grande ou nós perdemos o conjunto das nossas
riquezas, quase que
em definitivo, a não ser a nossa força de trabalho. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Mano José.
O
SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é, Ver.
Dilamar Machado, meu tempo chegou e eu acho
que é muito relativo quando se fala nesta tribuna em safadeza. Safadeza eu
quero ver hoje na reunião dos municipários, às 17h30min, qual é a
decisão que fica do IPC acumulado do ano passado.
Essa safadeza eu quero ver respondida. Quero ver também respondido aqui na Câmara o nosso Projeto de fixação da despesa do Município. Essa eu também acho que é safadeza, mas como esta Câmara parece que não tem voz neste Governo,
deixa-se por isto mesmo.
Mas eu venho aqui para falar sobre um Projeto nosso que tramita nesta Casa, Ver.
Adroaldo Corrêa, é um Projeto que institui o serviço de táxi-lotação até a meia-noite, ou seja, até a zero hora. Esta é uma reivindicação de alguns
setores que estiveram aqui na Casa e solicitaram que os serviços de táxi-lotação passassem a operar até a meia-noite, e, por incrível que
pareça, como já dizia o nosso ex-Presidente Jânio Quadros, as forças ocultas
nos impedem muitas vezes de fazer determinadas coisas que seriam do interesse
da comunidade porto-alegrense, e este é mais um, pois de vários setores vêm telefonemas àa
nossa procura para dizer que os proprietários desses serviços não têm interesse
de trabalhar até a meia-noite. Ora, eu começo a perguntar a esta Casa até quando
vamos dar margem a esse tipo de interesse nesta Cidade. Não é possível,
porque nós aqui representamos a população, são trinta e três
Vereadores que representam aproximadamente um milhão e
trezentos mil habitantes da cCidade
de Porto Alegre. E esta Casa não é casa de defender transportadores de passageiros,
esta Casa tem que defender o bem comum, o bem da população porto-alegrense. E se nós estamos
falando em bem da população, ela
reivindica transporte até aà
meia-noite e eu acho que esta Casa tem que dar o direito de, pelo menos, o
cidadão que trabalhou o dia todo tenha o seu transporte
garantido até a sua residência.
O
Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Acho que é extremamente importante a prorrogação do prazo de funcionamento até
a zero hora dos táxis-lotação. Lamentavelmente, não se amplia mais esse prazo, porque a Cidade tem uma vida na noite de
pessoas que trabalham à noite e que têm enormes dificuldades com relação ao retorno para casa,. Acho até que nas noites de maior movimento que,
inegavelmente, são sexta-feira e sábado, trabalhadores em restaurantes, em hotéis; este horário, sugiro a V. Exª,
que se ampliasse até uma hora ou duas horas da manhã. Acho que é bem vindo este Pprojeto,;
temos que cuidar, porque poderão ser argüidos
nas Comissões
eventuais vícios de origem do presente Projeto, mas quero dizer que, independente de vícios de
origem ou não, eu acho que a prorrogação do horário èée fundamental, e nós temos que
lutar e discutir até para que o Prefeito não vete este
Projeto.
Acho que V. Exª terá o seu Projeto aprovado,. É muito importante para a
Cidade, mas, se o Prefeito vetar, nós temos que derrubar esse veto e fazer com que a lei
seja cumprida. Sou grato.
O
SR. MANO JOSÉ:
É com muito prazer
que eu recebo a manifestação de V. Exª e tenho certeza de que V. Exª comunga dos mesmos interesses deste Vereador, que é, nada mais, nada menos,
do que trazer melhorias à cidade de Porto Alegre.
O
Sr. Dilamar Machado:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mano José, eu estou na linha do Ver. Isaac, acho que ée
modernizar Porto Alegre, ampliar os seus espaços de transporte
coletivo, mas eu daria uma sugestão a V. Exª, que
já
não teve a iniciativa.
Se existem forças ocultas
querendo falar em nome dos proprietários e motoristas das camionetes lotação, esta
parcela, o transporte coletivo, ele é organizado
através de umnia associação, que é muito atuante. V. Exª nos traga um
ofício dessta Associação dizendo que tem interesse nessta
prorrogação,. Para nós, que estamos dispostos a lhe
apoiar, nos parece que nos amplia a
possibilidade de vitória na votação,
e nos dá a tranqüilidade de estarmos acertando com a
própria comunidade dos táxis-lotação essa ampliação do horário. Aliás, eu pediria mais uma coisa, ao contatar com essa Associação: que oriente os seus
motoristas para que não sejam tão selvagens no trânsito de Porto Alegre, porque, lamentavelmente, um dos setores que
mais causa problemas de acidentes, de cortes no trânsito e que não obedecem jamais a linha da direita para o transporte coletivo são as camionetes lotação. Elas são excelentes como complementação do transporte, mas são muito perigosaas no
trânsito
de Porto
Alegre.
O
SR. MANO JOSÉ:
Ver. Dilamar, para lhe dar uma resposta à sua reivindicação, ao problema levantado. A Associação ficou, através do Ppartido
de V. Exª, de nos fazer uma visita amanhã, no período
da tarde. Então, aguardaremos ansiosos a sua manifestação, e a participação neste processo.
O
Sr. Adroaldo Corrêa:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, da nossa parte, não falo ainda em nome da Bancada, mas já li o seu Projeto,
e acho que há concordância e a possibilidade de apoiá-lo, principalmente, se levarmos em consideração que a assiduidade exigida do
transporte coletivo por lotação, nesste
período, não será a mesma do diário,
e possibilitará horários fixos, conhecidos da população, e até em acordo
com a própria comunidade local. Nós apoiamos
a idéia.
O
SR. MANO JOSÉ: Obrigado, Ver. Adroaldo, mas também gostaríamos de trazer hoje, em
segunda instância, um outro Projeto nosso que também tramita na
Casa, é o Projeto que torna obrigatório o cinto de segurança no
transporte escolar. E trago esta preocupação porque tenho visto nas ruas da
nossa Capital os condutores do transporte escolar andaream – e vamos
usar uma expressão chula – de maneira louca. Acho
que temos que ter alguma maneira de se não fazermos
com que a lei seja cumprida, ou seja, elas existem
desde 1975, outra em 1979, e em 1981 , que obriga o uso do tacógrafo
nesses veículos, e não é observado isso, acho que não é criando
mais uma lei que faremos com que a mesma seja observada. Mas, neste momento, com
este Projeto, que obriga o uso do cinto, acredito que
estaremos trazendo um pouco mais de segurança, até porque não podemos comparar o preço que é alegado pelos
transportadores de um tacógrafo, com o preço dos cintos de segurança. Agora,
temos que ter a segurança de que é o cinto, não é a lei que estamos criando, mas nós queremos
criar a segurança para as nossas crianças.
A SMT tem um vídeo no qual ela demonstra um acidente simulado com o transporte escolar,
e posso dizer que esta à disposição, e posso dizer que o que se observa é um
barbarismo, e que 80% daquelas crianças
que estão dentro do veículo, algumas são
decepadas, outras são esmagadas pelos bancos do veíiculo.
Posso dizer, seguramente, que 80% se transformariam em crianças deficientes. Então, no
momento em que propomos o cinto de segurança para o transporte
escolar, deixo claro que não é porque não gostamos dos transportes escolares ou porque seja por
qualquer desculpa. Nada temos contra o transporte escolar, achamos que
prestam um excelente serviço, um benefício que traz à nossa Cidade, mas está na hora de pensarmos no bem-estar de
nossas crianças, no que custa ao Estado uma criança em
cima de uma cama, o fato de estar imobilizada em cima de um leito, seja por membro inferior, uma
perna fraturada, seja por que for. Não podemos ser coniventes com um tipo de barbarismo que
poderia ser cometido com nossas crianças,
em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que proceda à verificação de “quorum”.
O
SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada dos Srs.
Vereadores para verificação de “quorum”.) Há “quorum”, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE: Passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC.
Nº 1497/90 – VETO TOTAL ao PROJETO D E LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/90,
de autoria do Ver. Nelson Castan, que determina o que
o plantio de árvores de grande porte seja efetuado à distância mínima de 50m das
esquinas de vias com grande fluxo de veículos.
Pareceres:
- da CUTHAB.
Relator Ver. Adroaldo Corrêa: pela manutenção do Veto Total;
-
- da COSMAM. Relator Ver. Giovani Gregol:
pela manutenção do Veto Total.
O SR. PRESIDENTE:
Em discussão o PLL nº 096/90, com Veto Total. (Pausa.)
O
SR. ADROALDO CORRÊA
(Questão de Ordem):
Sr. Presidente,
nesta Questão de Ordem, eu gostaria de
dizer que conversei com o autor do Projeto porque
sou o Relator e por
tudo que tenho em
relação a esta Casa,
eu afirmo que o autor
concorda com o
Veto.
O
SR. GIOVANI GREGOL (Questão de Ordem): A Questão de
Ordem é simples, Sr. Presidente, é que este Vereador já há vários minutos se inscreveu para
discussão, e assim gostaria de ser
considerado e estáa à disposição
da Casa para fazer a sua intervenção.
O
SR. PRESIDENTE: Verª Letícia Arruda, a Mes
a informa a V. Exª, com relação ao Requerimento. Art.
11º99 do
Regimento Interno: “Posta a matéria em
votação, o. O
Líder ou Vereador por ele indicado poderá encaminhá-lo
pelo prazo de cinco minutos improrrogáveis”.
Parágrafo único: “Não
cabe adiamento da votação de: a) Veto”. Portanto não é possível
o rRequerimento para adiar este Projeto.
Concedemos oa
tempo ao Ver. Giovani Gregol para discutir o PLL nº
096/90, – com Veto Total.
O
SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
eu considero que o Projeto do
nobre Ver. Nelson Castan, que dispõe sobre a retirada ou proibição de plantios de árvores ou
outros vegetais que
poderiam impedir a
visão de placas de trânsito, semáforos, enfim, da sinalização de trânsito da Cidade, já é um projeto que poderíamos
considerar polêmico. Na qualidade de
Presidente da Comissão dae Saúde e Meio Ambiente da Casa, eu tive a oportunidade, antes da votação
destse Projeto, a
primeira feita, de ser Rrelator,
e naquela oportunidade eu já havia cobrado as mesmas
posições que me
parecem permanecer, razão pela qual sou
a favor da manutenção do Veto do Sr. Prefeito. P; porque
me parece que as dificuldades são realmente insuperáveis e a esta altura é impossível melhorar ou salvar o Projeto
emendando ou apresentando um substitutivo.,
Naquela oportunidade a que me referi, a Comissão de Saúde
e Meio Ambiente da Câmara enviou correspondência ao
CREA e também ao Conselho Regional de Biologia, a entidades ambientalistas e outras que tem a ver com o assunto e as respostas que elas deram – tenho comigo alguns ofícios – foi no sentido de apoiar o Pparecer
que este Rrelator tinha feito e que a COSMAM
havia aprovado e voltou novamente, agora, após o Veto Ttotal
do Sr. Prefeito, a confirmar aquelas opiniões.
Me parece que o Ver. Nelson Castan foi bem
intencionado na sua iniciativa, como são geralmente todos os Vereadores desta Casa, querendo
ajudar a Cidade a resolver um problema ,
fazendo projetos de lei, mas me parece que o Ver. Castan não foi bem assessorado na sua iniciativa por motivos óbvios. Por exemplo, ele
recomenda a proibição de plantio de árvores a cinqüenta metros das esquinas das ruas de
muito trânsito. Ora, como nestas ruas, Ver. Luiz Braz, a média dos quarteirões na cCidade
de Porto Alegre, hoje, é justamente de cem metros,
nós
teríamos, cinqüenta metros de cada esquina, a retirada e a proibição total de árvores e
arbustos, de pequeno, médio e grande porte, a retirada
total, causando certamente mais malefícios
à Cidade do que benefícios. Outras observações que poderíamos
fazer: por exemplo, ao contrário do que se poderia pensar à primeira vista
e do que considerou o Ver. Nelson Castan, não é aquela vegetação de médio
e de grande porte a que mais impede a
visibilidade das placas de trânsito, mas,
justamente o contrário, geralmente isso
quando acontece é provocado pela vegetação de baixo porte, arbustiva ou
semi-arbustiva. Mesmo admitindo que esse problema ocorre
não seria, daí o terceiro
argumento, não seria muito mais lógico, não seria muito
mais racional, não seria muito mais adequado para a cidade de Porto Alegre que
ao invés de proibir o plantio dessas árvores e arbustos, nós
simplesmente fizéssemos uma poda correta ou fizéssemos uma sinalização
melhor colocada, melhor posicionada?
E
tudo isto, Ver. Ervino Besson, ainda é agravado por mais um argumento que seria o
quarto, ou seja, Porto Alegre é uma cidade carente de arborização, é uma cidade carente de
matas, é uma cidade carente das chamadas genericamente áreas verdes. Eu não gosto muito desse nome, porque área verde no
nosso País e na nossa Cidade acabou sendo justamente sinônimo de terra de ninguém. Área verde é área que não é de ninguém, portanto, pode ser a mata
queimada, as árvores cortadas, tudo derrubado, invadido, ocupado. E, enfim, com “área verde” se pode fazer tudo. Diz que esta visão extremamente equivocada, extremamente
simplista, que alguns teimam ainda em manter, inclusive alguns políticos profissionais. Nós sabemos que a Organização
Mundial de Saúde, órgão da ONU, recomenda para qualquer cidade o mínimo, de
12m2 de área verde por habitante, e Porto Alegre não chega a ter 4quatro,
é 3,6 ou 3,7, se não me falha a memória, arredondando para cima nós
teríamos apenas 4m2 de área verde por habitante na cidade de Porto
Alegre, ou seja, 1/3 do mínimo recomendado por um órgão da capacidade, do reconhecimento da OMS.
Portanto, qualquer ato que venha no sentido de
cortar, de retirar, de remover árvores e de impedir o seu plantio é um ato
que, além de ilógico, é um ato que vem agravar
ainda mais essa carência que nós temos na cidade de Porto Alegre.
Eu tenho ofícios, em mãos, do Cconselho
Rregional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, da na
Câmara de Agronomia, que concordam com o posicionamento da COSMAM sobre o assunto, que
também é o meu, e um outro ofício do Conselho Regional de Biologia, assinado
pela Presidente, Bióloga Helga Winck, que é
professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também se
posicionando contra o Projeto e a favor do Veto; inclusive, tvem o Conselho Regional de Biologia
com um longo parecer técnico,
muito bem elaborado, com todas as justificativas científicas, se posicionando
contra o Projeto e, portanto, a favor do Veto do Prefeito Olívio Dutra.
O
Sr. Dilamar Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Queria dizer a V. Exª que o que me parece que levou o Ver. Castan a
cometer um equíivoco,
é que a sua Lei prevê a proibição do plantio de árvores a cinqüenta
metros da esquina, mesmo que seja de grande movimento. Como numa cidade mais ou
menos organizada uma quadra tem cem metros,
a prevalecer a Lei do Ver. Nelson Castan,
nós teríamos, no máximo, uma árvore por
quadra. Então, me parece que isso aí é mais do que equivocado. Acho que a intenção até
foi razoável. O Ver. Dib diz que não, não, mas é. Se uma
quadra tem cem metros, Ver. Dib, e não pode
plantar árvore a mais de cemcinqüenta metros da esquina, tem
esquina para a direita e para a esquerda, planta uma árvore no meio da quadra
apenas. Na Nova Gleba não dá para plantar nenhuma, porque as quadras são menores. Então, parece que o
próprio Ver. Castan deve ter
concluído pelo equívoco, a intenção é boa, evitar que árvores plantadas nas esquinas
obscureçam, prejudiquem a visão dos motoristas e causem acidentes, até me parece
razoável. Mas é questão da própria Prefeitura
examinar caso a caso. De repente, vê que tem uma árvore, mesmo antiga, mas que está causando acidentes, retira a árvore. Agora, V. Exª tem
razão e eu me proponho a manter o Veto do Prefeito, que me parece lógico.
O
Sr. Ervino Besson:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Giovani Gregol, sou do mesmo raciocínio do Ver. Dilamar Machado, penso que não
se deva entrar no mérito da idéia do Ver. Nelson Castan. Creio que se mantivermos o Veto, estaremos salvando o Ver. Castan de uma
grande crítica que, certamente, ele seria alvo por parte da população de Porto Alegre.
O
SR. GIOVANI GREGOL: Agradeço os pronunciamentos elegantes dos Vereadores
Dilamar Machado e Ervino Besson.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: pPróximo inscrito é o Ver. João Dib para
discutir o Projeto.
O
SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, que administraçãozinha essa que está em Porto
Alegre! Que coisa difícil, meu Deus do céu! Que
desentendimento, que desencontro, que quantidade homérica de burrices! Este Veto do Prefeito tem
que mudar alguma coisa naquela Prefeitura porque o negócio não está
funcionando! Confesso que tenho condições de dizer, pessoalmente, o que o
Ver. Castan queria,
mas como sou
governista – sempre acho que o Governo tem que ser ouvido – mesmo que depois eu não faça,. Nn. No dia 02 de outubro, o Ver. João Dib solicitava
ao Ver. Nelson Castan, que era o Presidente da CUTHAB, que baixasse em
diligência ao Executivo a fim de que a Secretaria Municipal dos Transportes
informasse se o mesmo atende os interesses públicos da
Cidade. Agora, como lá o negócio não funciona, não sei quem manda lá, talvez
não haja quem mande, mesmo, cada um manda um pedacinho, ou pensa que
manda, “a Secretaria dos Transportes concorda com o Projeto de Lei anexo. O
posicionamento das árvores de grande porte a cinqüenta metros das
esquinas auxiliará na visibilidade da sinalização de trânsito. Sugerimos
seja ouvida a SMAM”. E aí, claro que não ouviram a SMAM, porque ninguém
manda lá, mas o Ver. João Diíb deu parecer
favorável dizendo. (Lê.) Que administração
difícil essa popular, pelo amor de Deus!
O que é que eles estão fazendo lá? Eu já fui Secretário do Governo, mas não passava
por mim, lá está o Pércio Pinto que era sSupervisor, não passava pela Secretaria do Governo nunca isso
aqui, nunca que passaria isso pela Secretaria do Governo. Então, eu não sei quem mais
manda, eu não sei se o Prefeito quer que aceite o Veto, ou
quer que derrube o Veto.
Então, como eu dei parecer favorável ao Projeto, eu vou derrubar o Veto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Próximo inscrito para
discutir o PLL nº 096/90 é o Ver. Vicente Dutra.
O
SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, dirijo- me de forma muito especial à Verª Silene Toen, de Campo
Bom, que nos dá o pprazer
da sua presença nas galerias da nossa Câmara, eu a convidei para que viesse ao Plenário, mas ela não aceitou o convite porque estáa de saída, mas
seja bem-vinda e é muita honra a sua presença nesta Casa.
Srs. Vereadores, a matéria em discussão nesta Casa já foi abordada na Lei Orgânica, a Lei maior. P, portanto, o Veto do Sr. Prefeito é correto, embora não tenha citado, isso é uma falha que está acontecendo de forma muito
constante por parte da Administração Popular em vetar determinadas matérias enquadrando em artigos
errados e deixando de citar o artigo
mais importante, o dispositivo mais importante para vetar esse dispositivo que é o art. 241 da Lei Orgânica, que trata da política de meio
ambiente:. “O
Município desenvolverá programa de manutenção e expansão de arborização
com as seguintes metas:”, aí. Aí cita aqui tais e tais metas e no parágrafo segundo§ 2º desse art. 241 diz o seguinte: “O plantio de árvores em logradouros públicos
é da competência do Município que
definiráa o local e a espécie vegetal a ser
plantada”.
Então, está contida no § 2º do art. 241 a preocupação do Ver. Nelson
Castan, é legítima a propositura dele, mas, também, não se pode proibir o
plantio de árvores a mais de cinqüenta, quarenta, sessenta metros. Que altura, o que é árvore de grande porte, afinal? São questões que não
podem ser bem definidas em leis com um ou dois artigos. Foi muito bem especificado
pelo Ver. Giovani Gregol. Este dispositivo que remete à Administração a permissão
para plantar árvores, não se está proibindo o plantio, apenas
desejando-se que se plante a árvore adequada para aquele local. P, por exemplo, o Município vai proibir, tenho certeza, o plantio de seringueiras, porque elas são muito bonitas, mas são um inferno para
a Cidade, uma folha muito larga que entope os bueiros, ela tem
raízes abundantes que destroem encanamentos. Então, dali a cinco ou três anos, o
morador está pedindo à SMAM que faça o
abate daquela árvore, porque é nociva para aquele local.
No casos
das figueiras, eu mesmo estou coordenando em nível de Rotary um projeto “salve as figueiras”, que consiste em salvar as figueiras
que crescem em cima dos cinamomos, porque ela encontra ali um solo adequado pelo
apodrecimento fácil do cinamomo. Só que a figueira depois de quinze anos transforma-se em nociva
para aquele local, e a população vai pedir para abater a árvore e vai ter um
impacto muito grande na população em ver
uma figueira sendo abatida. Vamos corrigir, não deixando plantar e não deixando
que a figueira se desenvolva ali. Vamos conduzi-las a um local adequado. Assim, as figueiras e outras árvores de grande porte, de acordo com
orientação técnica, e só os técnicos poderão dizer
que árvore poderá ser plantada para que não atrapalhe a sinalização.
Então, somos pela acolhida do Veto, porque já tem dispositivos na Lei
Orgânica que dãoá orientação segura desta Casa ao Executivo.
O Sr. Artur Zanella:
V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Não sou advogado, sou economista e administrador e
aprendo muito com
os advogados, e duas coisas que aprendi, que o que não está nos autos, não está no mundo; e. E o segundo diz que a Justiça não beneficia quem
dorme.
Eu acho que para o voto individual de um Vereador, este estudo é muito importante.
Mas eu acho, e sou contra, isto sim, que nos
pareceres, quando for o parecer de uma Ccomissão
– o que não é o caso
agora –, fique o Vereador procurando uma forma de ajudar o
Executivo. Eu acho que não. Eu acho que se o Executivo vetou por um motivo, nós temos que analisar
por aquele motivo. O que nós estamos fazendo é terminando por arrumar, corrigir tudo que é veto que vem para esta Casa,
porque é um horror!.
Então, eu acho que o seu voto se estenderá por outros artigos da Lei Orgânica, mas o
meu vai ser por aquele que o Prefeito destacou e que não tem nada a ver com o mérito do Projeto0.
O
SR. VICENTE DUTRA: Ver. Artur Zanella, V. Exª ao dizer que segue a orientação dos advogados, referente a
alguns princípios do Direito, talvez não tenha conhecimento de outros princípios, porque há outros que dizem que nós temos obrigação de fazer o enquadramento certo mesmo que não tenha sido citado aquele
enquadramento. É obrigação de qualquer pessoa
de bem, na defesa do bem comum, na defesa da ordem e da lei. E se eu encontrar um enquadramento errado, não é por isto que vou votar errado,
porque estou sentindo que está errado o enquadramento. O Prefeito esta vetando por um
motivo, as razões do Veto até são plausíveis, só que não foi levado em consideração o artigo principal que dá toda a cobertura ao Executivo, para que o Executivo faça a orientação certa.
O
Sr. Gert Schinke: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu quero externar minha opinião, corroborando a intervenção do Ver. Giovani Gregol, e, principalmente, assinalando que parece, numa questão que não foi levantada ainda, o
Projeto do Ver. Nelson Castan, ele procura
entrar no terreno eminentemente técnico e que tem que ser tratado à luz de uma série de elementos, que são extremamente difíceis de se traduzir, se for o caso de se traduzir numa
lei. Porque ele é circunstanciado de se traduzir por tantos
elementos que se torna praticamente impossível. Então, a redação, o espírito que motivou este Projeto que estáa no
art. 1º, que pretende garantir a visibilidade
das placas de trânsito, da sinalização ou semáforos. Esta é uma questão que deve ser colocada à luz das
circunstâncias locais, de cada esquina, no
caso de avenidas, o caso de ruas mais estreitas, no caso da vegetação que já
existe, são elementos técnicos. E, em elementos técnicos, V. Exª pode se
imaginar como vai ser o semáforo numa determinada esquina. Isso vai
depender da largura, vai depender do fluxo, vai depender do tipo de veículo que
transita ali. Então, isso não pode ser traduzido num Projeto
de Lei que pretende garantir isso, até sob esse ponto de vista, teria esse
mérito de alertar. Mas acho que é tão valioso o Projeto
que realmente é indefensável do meu ponto de vista.
O
Sr. João Dib:
V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Vicente Dutra, eu, na tribuna, eu fiz uma crítica um pouquinho contundente àa autodenominada
Administração Popular, mas devo dizer a V.
Exª
que não sou jurista, pelo menos não tão
brilhante como V. Exª e os outros doutos membros da Comissão de Justiça, mas está
absolutamente certa a colocação do art. 77, contrário ao interesse público. É claro que
se respalda lá adiante no art. 241, § 2º. Ele não precisa citar isso, ele colocou muito bem.
Diferente de outras vezes que o Ver. Zanella levantou, que ele colocou art. 8º da Lei Orgânica, mas ainda assim a
Administração Popular obrigou este Vereador a dar um Parecer favorável, porque a AP disse que era bom para a Cidade.
O
SR. VICENTE DUTRA: Só para me referir ao
pronunciamento do Ver. Giovani Gregol, no
tocante à arborização de Porto Alegre.
Ora, Vereador, Porto Alegre realmente ainda deixa muito a desejar em termos de arborização. É uma cidade privilegiada
comparativamente a outras capitais. Eu me recordo
de um seminário sobre meio ambiente, acontecido em Belo Horizonte,
lá pelos idos de 1980, eu fui
representando a Casa,
juntamente com a Verª Jussara Gauto. E no meio-dia, almoçando na Casa de um
compadre meu de Belo Horizonte, aparecia um filme de derrubada de árvores. E a Cidade toda
envolvida com aquele
seminário do meio ambiente, era um encontro nacional do meio ambiente. Eu disse: “Olha, estão filmando alguma coisa
do passado”. Ele disse: “Não, aconteceu hoje de manhã no
Rio Arrudas”. Um chefe do setor da Prefeitura tinha mandado
derrubar várias árvores no dia em que estava
sendo feito o seminário. Como eu ia falar sobre a
proteção ambiental em Porto Alegre, o
meu assunto passou a ser o mais importante, as baleias, tudo ficou em segundo plano,
porque vinha abaixo
o encontro esse de
Belo Horizonte com a relação as árvores. E eu trazia a solução,
a solução era a norma jurídica mMunicipal, u. Uma
norma considerando todas as árvores de proteção.
Nenhuma árvore poderia ser molestada
sem que houvesse um pParecer
tTécnico que determinasse a retirada dela. Enquadrando,
inclusive, em árvores que ofendem o patrimônio, que oferecem um risco à pessoa e assim por diante. E, graças a
ela, Porto Alegre não atingiu aquele limite previsto que
V. Exª cita, mas
está bem adiante de outras capitais brasileiras, graças a uma legislação
que protege as nossas árvores. Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Não havendo quem queira
encaminhar, em votação.
Solicito ao Sr. 3º Secretário
que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O
SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 03 Srs. Vereadores votaram SIM e 17 votaram NÃO.
O
SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Projeto, portanto, mantido o Veto Total.
(Votaram SIM os Vereadores João Dib, Nereu D’Ávila e Mano José.
Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clovis
Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schbauren,
Dilamar Machado, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, João Motta, José
Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Machado, Vicente Dutra, Vieira da Cunha
e Adroaldo Corrêa.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 0753/91 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
Nº 003/91,
de autoria da
Comissão de Justiça
e Redação, que
autoriza o Sr. Prefeito Municipal de
Porto Alegre a afastar-se do Estado, no período das 20h do dia 15 às 12h do dia 18 de março de 1991.
Parecer:
- da CJR. Relator, Ver. Vicente Dutra: pela aprovação.
O
SR. JOÃO DIB
(Requerimento):
Requeiro à Mesa que me seja fornecido,
por escrito, quantos dias o Sr. Prefeito viajou este ano, sem ônus para o
Município.
O
SR. PRESIDENTE: Acolhido o seu Requerimento.
O SR. 3º SECRETÁRIO:
Ofício nº 109.
(Lê.)
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão o PDL nº
003/91. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Informamos também aos Srs. Vereadores o texto do Oficio nº 024/91, do Sr. Tarso Genro,
Vice-Prefeito de Porto Alegre. (Lê.)
Votamos
Requerimento do Verê. João Motta: “Solicito que, após o
trâmite
regimental, seja o
Processo nº 0753/91, PDL nº 003/91, dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data”.
Em
votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Ppausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO – URGÊNCIA
PROC. Nº 2367/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/90,
de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Dr. Helmuth Weinmann um
logradouro público.
(B. Vila Ipiranga.)
Parecer
Conjunto:
-
da CJR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Vicente Dutra: pela tramitação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PLL nº
162/90. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. João Dib,
solicitando seja o PLL nº 162/90 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 2295/90 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 159/90, de autoria do Ver. Lauro
Hagemann, que denomina Esplanada Luiz Celso Gomes Hyarup um logradouro público.
(B. Praia de Belas.)
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
159/90. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. Lauro Hagemann,
solicitando seja o PLL nº 159/90 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 2256/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/90,
de autoria do Ver.
Airto Ferronato,
que concede o
título honorífico de Cidadão
Emérita à Senhora Emíliai
Lamprecht.
Pareceres:
-
da CJR. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação;
- da CEC. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº
051/90. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. Airto Ferronato, solicitando seja o PR nº 051/90 dispensado de distribuição
em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa colocará em votação os
seguintes Requerimentos. Solicito ao Sr. 1º Secretário que apregoe o
primeiro Requerimento.
O
SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.) De autoria do Ver.
Dilamar Machado, solicitando a realização de Sessão
Especial, sob a direção e orientação da Comissão de Economia e Defesa do Consumidor, em data e horário a serem definidos, em dia
da próxima semana, para debate e deliberação em torno da situação dos vinte e cinco permissionários das
bancas do Horto Mercado de Porto Alegre, atualmente em litígio com a Cobal.
O
SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, para um esclarecimento: atentando ao Rrequerimento,
de acordo com oi
Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, definimos a data possível para
26 de março, terça-feira, no horário das
09h, tendo em vista alguns impedimentos que surgiram.
Gostaria de acrescer ao rol de convidados,
o Sr. Diretor-Geral
do DMAE, Sr. Guilherme Barbosa.
Se possível, Sr. Presidente, gostaria de encaminhar meu Requerimento, dada a
importância constatada hoje, pela manhã, sobre a situação desses permissionários.
O
SR. PRESIDENTE: V. Exª nestáa com
a palavra para encaminhar.
O
SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, esse Requerimento vai trazer para dentro desta Casa, especialmente junto com a Comissão de
Defesa do Consumidor, a provável solução de um imenso problema que é enfrentado nos
dias de hoje pelos permissionários das bancas do hortomercado da
Bordini, antigamente conhecido como hortomercado da Bordini, mas, na verdade, fica na Quintino Bocaiúva.
Aqueles permissionários estão há muitos anos e enfrentam uma verdadeira guerra
com o Sr. Juarez Almeida que ficou célebre na época
da “revolução”, quando era da SunabUNAB. O Sr. Juarez hoje é superintendente, não sei se é este o
cargo, da CobalOBAL, que está
em extinção, e ele tem uma luta contra os herdeiros do Sr. João
Satte, que não é o ex-Deputado João Satte, Presidente do PDT, é um médico. Os
herdeiros querem negociar aquela área, mas aquela área é propriedade da Efamília Satte e parte foi doada pelo Governo do Estado do Rio
Grande do Sul à Cia.
Brasileira de
Alimentos, que hoje está extinta. Então, há um problema fundiário. A, agora, é uma área de imensa valorização, tendo em vista a localização. Do ponto de vista social, é o segundo hortomercado, se tirarmos o Mmercado
Ppúblico, é o segundo, se não o único hortomercado de Porto
Alegre.
Eu estive hoje toda a manhã com os permissionários e
constatei que os preços ali praticados são imensamente inferiores aos preços praticados na rede de supermercados de Porto
Alegre, em todos os produtos, e a situação é a seguinte: a CobalOBAL quer romper o contrato de locação com a família
Satte no mês de junho e, sabidamente, há uma
negociação em vista, há uma venda da área para não sei
que interesse da especulação imobiliária.
Há uma área inteira dentro do hortomercado que era um supermercado que está
fechado, e os vinte e cinco permissionários estão sendo literalmente roubados pela CobalOBAL. Eu já mostrei para o Ver. João Dib,
pedi um contato com o Diretor do DMAE. Eu vou dar um exemplo: uma floricultura do
hortomercado pagou, no mês de fevereiro, Cr$ 87.000,00 de água! Eu fui,
até, a esta floricultura,
falei com a proprietária hoje pela manhã
para saber que tipo de exagero de gasto de água ela tem. Ela tem um tanque que é utilizado por uma torneira para molhar as
suas plantas. Outros permissionários que vendem hortifrutigranjeiros, eles não tem nem torneira, eles simplesmente não têm
água, não usam água e pagam Cr$ 7/, 8.000,00
por mês. Teve o caso do Presidente da Associação,
o Jairo que está com a loja fechada há
trinta dias, está remodelando, mudando a sua bBanca
de pProdutos cColoniais,
e que pagou 40 mil cruzeiros de água. E todos estão pagando 30, 31 mil cruzeiros de taxa do lixo. E, todos eles
estão pagando 25 mil cruzeiros de vigilância.
A CobalOBAL
mantém três vigilantes, dois durante o dia e um à noite, e
só doze permissionárias arrecadam 600 mil cruzeiros por mês para taxa de
vigilância .
A minha proposta à Câmara de Vereadores é, ouvindo os permissionários, ouvindo o Secretário da Indústria e Comércio,
ouvindo o Diretor do DMAE, para resolver este problema através da implantação de um único relógio, só tem um que a CobalOBAL utiliza em toda a sua sede, pega a conta de água e rateia
entre os vinte e cinco permissionários, explorando e roubando daquela
gente. Então, o DMAE que vá lá e implante um relógio de água para
todos os permissionários, se for possível para cada um, Ver. Dib, mas eu sei que há dificuldades, V. Exª foi Diretor do DMAE, talvez não tenha aquele equipamento, o hidrômetro, seria difícil para o DMAE conseguir vinte e cinco hidrômetros, nem seriam vinte e cinco, porque tem bancas que não têem água
simplesmente. Mas pelo menos que instalem um hidrômetro
que vá servir aos permissionários do hortomercado e eles então vão ter uma conta
de água no fim do mês, vão ratear e
não
vão
ser explorados.
A solução que existe ali é a Prefeitura Municipal de Porto Alegre decretar a área de interesse público e
desapropriá-la. E é possível, Vereador, os próprios permissionários têm interesse, porque o local que está fechado, onde era o
supermercado, aberto, abriga mais vinte e cinco bancas. Quando tiver cinqüenta bancas, a proposta da família Satte é em torno de
250 milhões de cruzeiros, é possível que cada
permissionário, com empréstimo, com
sacrifício, poupança ou economia
possa até alcançar à Prefeitura cada um 5 milhões, daria 250 milhões, pagaria a desapropriação à vista, encerraria o problema e seria mantido o hortomercado naquele local, que interessa a toda a comunidade do Bairro Floresta, da Quintino Bocaiúva, e também preservando o direito de quem trabalha ali há muitos anos, alguns a dez, quinze, vinte anos.
Esta é a proposta que trago à Câmara Municipal, peço aos companheiros para aprovarem o Rrequerimento e
discutirmos junto com a Comissão de Defesa do Consumidor, das
Lideranças da Casa, da Procuradoria Geral do
Município, do Representante da CobalOBAL, que está saindo de lá, talvez se desinteressando da matéria, a Associação
dos Permissionários, o Secretário da Indústria e Comércio e os Vereadores,
para que possamos em conjunto dar uma solução a um problema que dentro de dois ou três meses, se não tiver um caminho aberto, será de extrema gravidade e de
profunda tristeza para aquela gente que ali está esta
trabalhando há tantos anos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Encaminha o
Requerimento, pela Bancada do PDS, o Ver. João Dib.
O
SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é claro que encaminho favorável ao Requerimento do Ver. Dilamar Machado, mas por conhecer a figura de
Juarez de Almeida eu não posso, presente no Plenário, ouvir o que ouvi do Ver. Dilamar Machado, que junto comigo trabalhou com o Juarez. Não posso ouvir e deixar passar em brancas nuvens porque
estaria concordando. Acho até que a presença do Diretor do DMAE há de explicar esstas
contas monumentais de água, mas por outro lado também quero dizer
que uma torneira aberta um dia inteiro, no final do mês, dá um dinheiral,
gasta 34m3 metros
cúbicos de água. E se a CobalOBAL está cobrando e
é um
órgão público, não estaria
fazendo para enriquecimento do seu representante legal aqui. Então, fiquei
triste quando o Ver. Dilamar Machado disse que a CobalOBAL está roubando e citou a figura do Juarez de Almeida,
homem que sou obrigado a reconhecer que trabalha com correção,
mas que aqui por certo vai nos dizer tudo que estáa
acontecendo. Posso antecipar que
a COBALCobal está querendo desde junho do ano
passado entregar o prédio, já que não tem mais interesse na continuação das suas atividades e ficou o problema
dos homens que têem o hortomercado. Acho de grande importância aqui a presença do Diretor do
DMAE,
do Ssuperintendente dda COBALCobal e das outras pessoas que o
Ver. Dilamar entendeu
serem necessárias as presenças aqui, para que se
elucide. Eu não poderia deixar passar uma críitica,
no meu entender violenta, a uma pessoa que até agora eu não tenho razão de não considerar extremamente correta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Encaminha o
Requerimento, pelo PT, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, faço o encaminhamento porque acho
extremamente oportuno o Requerimento do Ver. Dilamar Machado. Tive o cuidado
de, na condição de Presidente da Casa, consultar o Ver. Edi Morelli, como
Presidente da Comissão, se ele teria óbice inclusive quanto à data quando, depois, ele conversou
com V. Exª. A, acho que nesse sentido nós vamos dar forças, acho que é fundamental o trabalho da Casa. Da
nossa parte, o Partido dos Trabalhadores, acho que nos interessa muito essa
discussão, p. Porque exatamente V. Exª colocou bem: o problema não
é do DMAE, ou do DMLU, e aí, Ver. João
Dib, eu não entendi como uma acusação a esse cidadão Juarez, que eu não conheço, mas entendi, como o Ver. Dilamar Machado dizia, que a COBALCobal usa essa distribuição, esse rateio que é evidentemente abusivo, se estiver assim ocorrendo, usa como forma de
pressão para retirar as pessoas de lá, já que na Justiça perdeu a possibilidade de retirá-las, e o que existe lá é uma liminar mantendo aqueles
trabalhadores que têem as suas bancas.
Acho que, realmente, se seria assim confirmado, não é uma maneira lá muito ética de fazer pressão,
mas, por outro lado, o Ver. Dib não deixa de ter razão. Uma torneira aberta gasta
muita água e às vezes as pessoas se assustam
no final do mês. Gostaria de chamar a atenção que, antigamente, as floristas de Porto Alegre tinham água à vontade e de graça, não havia controles, inclusive
na Borges, no Mercado, isso era um ônus fantástico pago em última análise pelo bolso dos demais contribuintes, posteriormente o DMAE passou a ter o
controle dos hidrômetros necessários. E eu não sei, Vereador, se realmente o DMAE teria dificuldades de colocar os vinte e cinco hidrômetros, m. Mas como o DMAE cobra a água,
eu acho que é do seu interesse colocar
hidrômetros,
e até separar para identificar, porque é bom que a gente lembre, se depois,
esses locatários não pagarem, quem vai pagar é a CobalOBAL,
porque, em última análise, é o proprietário do imóvel que fica devendo para o DMAE de
qualquer maneira.
Então, só nos interessa a discussão, e até porque envolve
a família Satte que tem uma série de
pendengas, até porque é um dos grandes proprietários de imóveis nesta
Cidade. A maioria dos casos de obras inacabadas, como o antigo Teatro Leopoldina, que ganhou benesses nesta
Casa, na ocasião, defendidas apropriadamente pelo então Ver. Glênio Peres, com a promessa de
que concluiria o teatro, concluiria a obra, queria uma benesse que ali instalaria o teatro,
se mudou o Plano Diretor ali para se poder fazer aquele prédio, só que depois, a família Satte, no meio do caminho,
mudou de idéia, e o prédio está lá abandonado até hoje, gerando uma série
de perdas ao Mmunicípio de Porto Alegre. Felizmente,
parte dele passou a ser reutilizado
quando o Governo do Estado fez um acordo com a família Satte
para tomar posse de parte do prédio, instalando ali a Fundação Orquestra Sinfônica, se fez locações, uma série
de outras instituições por aí afora. Mas, enfim, a família Satte tem imensos imóveis rurais, urbanos,
não-construídos, briga por causa do IPTU, porque essa realmente é uma daquelas
situações de áreas atingidas,
por áreas de conservação, quer dizer, acho até que é um bom momento de a gente quem sabe
começar algumas negociações com a família Satte para botar alguns pontos nos “ii”, fazer eventualmente
permutas.
Eu
confesso, Ver. Dilamar, sou um dos que compraram no mercado da CobalOBAL e acho que não é pelo fato de aquele mercado atender aà
classe média que a Prefeitura não tenha
compromisso, não deva fazer um esforço de tentar ficar com pelo
menos aquela área específica onde estão colocadas as bancas, porque, de repente, num
final de semana, para se vir até o centro é meio complicado, então, a gente dá uma passada ali e consegue um produto de uma
qualidade bastante razoável.
Portanto, acho que é um
serviço que estaáa sendo prestado por aquele mercado e acho que é uma
questão que interessa e deve ser debatida pela Câmara de
Vereadores. Não sei se vamos poder deliberar coisas como V. Exª propõe, no
sentido de votarmos coisas, já que teremos que discutir com o Executivo, mas,
de qualquer maneira, deliberar sobre o que nós vamos encaminhar e reivindicar ao Executivo, é fundamental. Nesse
sentido, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós encaminhamos
favoravelmente a essa reunião e eu inclusive farei questão de estar
presente, acompanhando essa discussão. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs.
Vereadores que o aprovam,
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. 3º SECRETÁRIO: De autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, Requerimento nº 080/91, solicitando que o pPeríodo
de Comunicações do dia 26 de março de 1991,
seja dedicado à comemoração do aniversário da cidade de Porto Alegre.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O Sr. 3º Secretário procedera à leitura de mais um Requerimento.
O
SR. 3º SECRETÁRIO:
De autoria do Ver.
Clovis Ilgenfritz, Requerimento nº 079/91, solicitando que seja
oficiado, manifestando a vontade desta Casa de que os colonos sem-terra Otávio Amaral, José Carlos Govalski, Augusto
Moreira e Idone Bento, presos desde o dia 08 de agosto de 1990, sejam postos em liberdade e que assim respondam
o processo pelo qual são acusados, atendendo, dessa
forma, o art. 5º9, inciso LVII, da Constituição Federal.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Para encaminhar, a palavra com
o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGLGENFRITZ:
Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, o encaminhamento que faço é apenas no sentido de esclarecer que estamos no momento oportuno
para tentar diminuir as tensões no nosso Estado e na nossa Cidade. Porto Alegre foi palco de
um fato muito ruim que todos lembramos com
tristeza. Estou me referindo à questão dos
colonos onde acabou ocorrendo a morte de um policial da Brigada Militar. Mas, o palco foi Porto Alegre,
as questões que hoje perduram ainda existem dentro da nossa Cidade, e achamos que em face
de a Constituição dizer no seu art. 5º, LVII, que enquanto não for
constatada a culpa,
os acusados de
crimes deverão aguardar o julgamento em liberdade, estamos aproveitando esse
momento em que muda o Governo. Há novos Secretários de Segurança, de Justiça, um novo Governador. Sugerimos que a Câmara oficie pedindo para que seja
atendida a reivindicação dos colonos, dos movimentos sociais e, tenho a
certeza, da grande maioria, senão da unanimidade do Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção dos Vereadores João Dib e Vicente Dutra.
O
SR. 3º SECRETÁRIO:
Requerimento do Ver. Cyro Martini, solicitando que o período de Comunicações da Reunião Ordinária da Comissão Representativa do dia vinte
e cinco25 de julho do corrente ano seja dedicado a homenagear o Motorista e o Despachante, pela passagem dos dias destes.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. João Motta,
solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, que em primeiro lugar corra a Pauta e, posteriormente, o
período de Comunicações. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PAUTA – DISCUSSÃAO
PRELIMINAR
1ª SESSAÃO
PROC.
Nº 2607/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 177/90, de autoria do Ver.eador
Wilison
Santos, que denomina Rua Salomão iomac Dubin
um 11 o-
logradouro irregular. (B. Boa Vista.)
PROC.
Nº 2558/90 – E. I3oa Vista)
— PROJETO DE RESOLUÇÃAO Nº 0~ 61/90,
de autoria do Ver.
Eloi Guiniaraes,Ver. Elói Guimarães,
que concede
o titU]. C) honorifico cc Cidaclci Emc ri te
Senhora Diieta A. P. Silveira Martins.
título honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Dileta A. P. Silveira Martins.
PROC.
Nº 0400/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/91, de autoria do Ver. Wilson Santos, que estabelece reajuste anual do Imposto Predial e Territorial Urbano –
IPTU – de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
Nº 0091/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/91,
de autoria do Ver. José Valdir, que institui o Programa Municipal de Albergues para a mulher
vítima de violência e dá outras providências.
PROC.
Nº 0124/91 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 009/91, de autoria do Ver. Leão de
Medeiros, que constitui a Guarda Municipal de Porto Alegre em quadro único e dá outras providências.
PROC. Nº 0553/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 032/91,
de autoria do Ver. João
Bosco, que dispõe sobre a transformação temporária de terrenos baldios,
pertencentes ao Município, em áreas de lazer e esporte.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0140/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 012/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a fabricação, comércio e o uso de artigos
pirotécnicos e dá outras providências.
PROC. Nº 0130/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
011/91, de autoria do Ver. Gert Schinke, que dispõe sobre incentivo fiscal para a
realização de projetos culturais, no âmbito do Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº
0206/91 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 014/91, de autoria do Ver. Mano José,
que torna obrigatória a instalação de cintos de segurança nos veículos licenciados para operar no Serviço de Transporte Escolar e dá outras providências.
PROC.
Nº 0548/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/91, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Alexandre Camaquã um logradouro irregular. (Vila
Esmeralda.)
PROC. Nº 0593/91 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/91, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito
aos Bacharéis Gesner Vianei Albuquerque Vasconcelos, Luiz Irineu Vasconcelos e Justino Albuquerque
Vasconcelos.
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para discutir a Pauta, o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na na Pauta, no dia de hoje, em
primeira Sessão, um Projeto de Lei Complementar do Legislativo, que estabelece reajuste anual
de Imposto Predial e Territorial Urbano, IPTU, e dá outras providências. Eu já tive oportunidade de fazer uma rápida leitura deste Projeto de Lei
e acho que esta Casa não deve votá-lo antes de examinar bem o Projeto de
Lei da Bancada do PDS que anula a atual lLegislação do IPTU, porque
nós, erroneamente, equivocadamente,
votamos, aqui,
a alíquota progressiva para o IPTU em
razão do valor venal. Está fartamente estudada esta progressividade perante a
atual Constituição. E é profundamente claro, e os juristas que sabem e estudam
a matéria, que não se pode estabelecer alíquota
progressiva do IPTU a não ser por
interesse social, interesse social definido pelo Plano Diretor da
Cidade, nunca pelo valor venal. E o que aconteceu para muitos
porto-alegrenses foi que com a progressividade da alíquota em
razão do valor venal foram penalizados duas vezes, primeiro, porque a avaliação de S. Exª o Sr .
Prefeito na Planta de Valores, que ele diz que foi a Câmara
que aprovou, e
depois recuou, e a Câmara não aprovou e ele recusou, ele
atribuiu valores monumentais, e no momento que aqueles
valores foram atribuídos em razão da progressividade da alíquota do
IPTU o contribuinte foi outra vez penalizado. Então, foi comum
quem pagou 0,4 no ano de 1990, em 1991 passou para 0,8 e de 0,6 para 1, ou de 0,6 para 0,8.
Então, antes de mais nada, a Câmara deve revogar toda a legislação do IPTU e obrigar o
Executivo a encaminhar a esta Casa uma nova proposta, até
fazer a reformulação da Lei Complementar nº 07, que é o Código Tributário do Município. Não
podemos estar remendando coisas, não
podemos dizer que será 60% do valor da inflação o acréscimo do Iimposto, quando nós
sabemos que o que está aí em matéria de IPTU, no mínimo, é equivocado, na. No mínimo traz insatisfação para todos os porto-alegrenses.
Acho que a Câmara deve anular tudo que está aí, por inconstitucional, e a partir da anulação fazer
com que o Executivo encaminhe um pProjeto de lLei e
que possamos melhorá-lo e obrigar, aí, sim, anualmente,
o Executivo a encaminhar a esta Casa as alíquotas, os valores, para que
possamos assumir a responsabilidade de integrá-los e não depois os folhetos Pinóquios do Prefeito, f. Folhetos e volantes que dizem que a população tem
prazo até o dia 31 de abril. É porque a Administração passou um primeiro de
abril na Câmara e na população, não
colocando toda a sorte de dificuldades
para que o indivíduo receba o retorno do que é seu. Estão colocando toda sorte
de dificuldades para que o indivíduo se beneficie da Lei que esta Casa aprovou.
É porque a Administração disse que até o dia 31 de abril dáa
para fazer. Uma Administração que diz isso deve ter razões de sobras para fazer o que está fazendo, dificultando
a vida do povo de Porto Alegre , e
dizendo depois que esta Câmara
aprovou e recuou. Não. Esta Câmara
não aprovou e muito
menos recuou. NósS
exigimos, avançamos, fomos lá e buscamos pelas orelhas os responsáveis pelo que
estava acontecendo. E minimizamos a violência, porque ainda ficou muito violento, porque esta Casa
deveria ter mantido o limitador de 2.500%. E por negociações que eu não sei quais
sejam, o Prefeito conseguiu derrubar
os 2.500%. Mas eu acho que agora é a hora
chegada de trazermos a esta Casa a decisão sobre o IPTU, uma nova Lei e a reformulação do Código Tributário do Município, a Lei Complementar
nº 07, que é de 1978.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu votei hoje aqui, equivocadamente um Título de Cidadão
Emérito. Eu não votaria contra, mas eu já disse desta tribuna – e a votação foi tão rápida que eu não percebi, quando eu quis falar já estava em outra matéria e eu não pude fazer como o meu amigo Adroaldo
Corrêa, que em votação de Requerimento pede destaque, não vota contra, mas se abstém de
votar, o que é uma medida correta. P – Porque eu não estou entendendo mais nada quando esta Casa distribui
indiscriminadamente tTítulo de Cidadão de Porto Alegre
e de Cidadão Emérito. E agora o nosso querido e competente
Ver. Luiz Braz bate o recorde, três de uma vez só, três familiares. Eu não tenho nada
contra, pode até ser que tenha. Um desses, eu trabalhei, junto e junto conosco trabalhou o
Juarez de Almeida e o Dilamar Machado também.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, eu sei que V. Exª está estranhando o fato de nós apresentarmos um Projeto propondo, num só Projeto, três nomes, mas, na
verdade, são três irmãos merecedores dessta
homenagem. Um deles, inclusive, ex-Presidente da OAB. Os outros dois, um deles, é um dos melhores professores
constitucionalistas aqui do Rio Grande do Sul, que é o
Professor Jesner. O outro, Luiz Vasconcelos, tem um grande conhecimento
no campo das idéias políticas. Então, como são três irmãos, ao invés de nós propormos em três projetos diferentes, nós resolvemos
propor que os três irmãos viessem receber a mesma homenagem. Nós não estamos
propondo aleatoriamente, nós, realmente, escolhemos bem.
O
SR. JOÃO DIB: Nobre Ver.eador
Luiz Braz, a família tem oito irmãos e V. Exª deixou cinco de fora. Mas que família felizarda, que tem tantos, de uma vez só, para serem homenageados, quando o resto da Cidade tem outras famílias,
outras pessoas que não são homenageadas por esta Casa. Mas, de qualquer
forma, é um direito do Vereador de
fazer, mas eu, ainda que amigo deles, vou me abster de votar, porque eu acho que nós estamos desvalorizando o tTítulo, vulgarizando o tTítulo. Veja V. Exª que são muitos, na Pauta de hoje, os tTítulos
de Cidadão Emérito.
O Sr. Luiz Braz:
Nós apresentamos
para um só. É só este Projeto.
O
SR. JOÃO DIB: V. Exª tem razão, foi pedido urgência, não percorreram as três Sessões de Pauta. É tanta a pressa que até um, não sei se vai ser Cidadão de
Porto Alegre ou Cidadão Emérito, tem um processo, onde o JuízJuiz disse, com todas as letras, que a atuação dessta pessoa não foi boa para a Cidade. Vou
me abster de votar, não vou votar contra. Então, eu
acho que nós temos uma responsabilidade muito grande na
escolha das pessoas para serem homenageadas. Que não são por um Vereador, s. Se esta Casa homenageia alguém, é o povo de
Porto Alegre que homenageia. Então, não podemos vulgarizar o tTítulo, ele tem que ser algo de
extraordinário valor para que a pessoa que o receba se sinta
profundamente honrada, profundamente dignificada, porque a cCidade
de Porto Alegre está dando o tTítulo.
O
Sr. Luiz Braz: Se, porventura, V. Exª quisesse fazer algum tipo de crítica sobre os nomes sugeridos por
este Vereador para serem homenageados com tTítulo,
eu gostaria que V. Exª o fizesse, pois se tiver alguma coisa que desilustre o
título que vai ser apresentado, eu retiro o Projeto. Não haveria
por que não retirar.
O
SR. JOÃO DIB: Não estou fazendo acusação a ninguém. Então,Eu disse apenas que um dos que foi pedida a urgência, eu tenho o Pprocesso e o mostrei
a V. Exª. V. Exª sabe a quem eu estou me
referindo. Então, não tenho problema nenhum em dizer que eu vou me abster
de votar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE
(Clovis Ilgenfritz):
Com a palavra o Ver. José Valdir. (Desiste.)
Ver. Airto Ferronato. V. Exª está com a
palavra.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu me
inscrevi para tratar especificamente do Projeto do Ver. Wilson Santos, que
estabelece reajuste único, anual, do Imposto Predial e Territorial Urbano.
E acho que este tema não será possível discutir conforme deveríamos em apenas dez minutos. Mas inicialmente vou
dizer que este Projeto, na minha visão, não é bom e não deve ser aprovado da forma como está. Por quê? Porque se começa, de novo,
uma série de pequenos casos. Quem está aí ganha “x”, quem está assim é “y”, apenas um exemplo. Para os imóveis residenciais de valor até 200 URM, a correção do ano que vem será limitada em apenas 60%.
Para os proprietários
de um único imóvel residencial, a correção não deverá ultrapassar a inflação. Para os imóveis dos mutuários do Sistema Financeiro de
Habitação, também não poderá ultrapassar a inflação. Para os proprietários de um único imóvel, o reajuste do IPTU será o da inflação do ano anterior, acrescido de 50% no máximo. Então, eu gostaria de dizer que já se começa aqui. Por que proprietário de mais de um imóvel? Nós já sabemos que, no máximo, 50%.
Gostaria de dizer que sou contrário a qualquer forma de benefício, vamos dizer assim, que se comece a restringir, e não se colocar uma camada “x” num patamar único, porque com isso
dificilmente se consegue alcançar a
justiça pretendida.
A minha tese é esta: o que se pode fazer? Fazer com que não se possa aumentar mais do que a inflação sem encaminhar para a Câmara Municipal. Gostaria de chamar
a atenção dos Srs. Vereadores, eu votei
contrário a uma proposição apresentada na Lei Orgânica, que dizia que quando se
ultrapassar a inflação, deve-se encaminhar à Câmara. Por quê? Porque, na
verdade, na minha avaliação, não precisaria lei nenhuma
dizendo isso, já é da essência de todos os tributos, Ver. Vicente
Dutra – que é o único Vereador que está prestando atenção –, dizer que todo imposto ao Código Tributário Nacional diz assim: “Não é considerado o reajuste, o aumento de imposto quando
ele corrige a base de cálculo até a inflação”, isto é, toda a vez que se aumentar mais que a inflação, um projeto deve ser
encaminhado à Casa. Votei contrário a esta proposta na Lei Orgânica e, hoje, estou propondo que ela
seja reintroduzida, porque a Administração Popular não observou este procedimento quando reajustou o
IPTU, que volto a dizer, reajustou bem acima da inflação, não colocou nenhum argumento nas Exposições de Motivo e depois saiu dizendo que a Câmara aprovou. Portanto, acho
que o caminho principal é, primeiro, que se promova um estudo neste
aspecto, fazer com que se busque respeitar o que determina a lei, a Constituição Federal em primeiro lugar, não se pode aumentar tributo sem
lei, e se autoriza num ano para aplicar-se no ano seguinte.
Com relação à discussão travada sobre a alíquota progressiva do IPTU, com todo o respeito que me merece o Ver. João Dib, o meu entendimento é contrário a esta posição. A Constituição Federal diz no art. 156, § 1º: “O imposto de que trata o inciso I”, ou seja, o IPTU, “poderá ser progressivo, nos termos de Lei Municipal”. Apenas a lei municipal é que vai dizer se ele é progressivo ou não, de forma a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade. Então, a minha tese é esta: uma lei municipal para assegurar o
cumprimento da função social estabelece, pode, tem competência para estabelecer o IPTU
progressivo. Lá no art. 182, nós temos a Política Urbana, e nesse artigo, que se refere à Política Urbana, é que nós temos o seguinte: “O Plano Diretor aprovado pela
Câmara Municipal obrigatório para a cidade até acima de vinte mil habitantes
é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
urbanização”, e ali neste artigo é que nós temos o IPTU progressivo no
tempo que depende de lei federal., Portanto, o IPTU, a alíquota do IPTU progressiva, esta
alíquota normal depende unicamente de lei municipal, e existe uma lei municipal em Porto Alegre. O IPTU
progressivo no tempo, este sim depende de
uma lei federal.
Com relação ainda ao IPTU, eu vou voltar a dizer rapidamente
o que eu falei no iniício: a Administração Municipal, e especificamente a
Secretaria da Fazenda, está agindo equivocadamente e não está, com todo respeito, sabendo
interpretar a Lei recentemente aprovada na Câmara de Vereadores de Porto
Alegre. Ela está
penalizando alguém
que nós decidimos limitar o valor do reajuste do IPTU
especificamente. O que é que nós aprovamos? Nós aprovamos o seguinte: limite
máximo, 1.794% para quem tem um
único imóvel
residência e que ganha até dez salários. Está sendo aplicado no Executivo. Para
quem tem um único imóvel terreno também para servir para aplicação para futura
residência, também estaá sendo observado ou não está sendo observado o inciso V está equivocado o Executivo, frontalmente equivocado, não entendeu, sequer, o espírito
da Lei. Ao menos isso se estuda
na introdução ao Direito. Tem 1.794 os proprietários de um único terreno com área de até 600 metros
quadradosm2 e que possuam apenas mais um imóvel utilizado
exclusivamente para sua residência. Nós não estamos,
não
concedemos reajuste para este único terreno, nós
concedemos reajuste para o proprietário deste único terreno e da casa. Então, ele tem dois imóveis e os
dois têm limite máximo. O Executivo diz que não, mas o
Executivo está equivocado. Eles alegam: está escrito
para o proprietário de um único terreno. Não é assim.
Nós
não
concedemos essa limitação ao terreno, nós concedemos à pessoa proprietária do
terreno. Neste caso, nós temos dois, ele vai ser tanto do terreno quanto
do imóvel, ele tem limite porque fica até fora dos limites razoáveis,
se eu tenho uma casa e um terreno, para o terreno 1.794 e para a casa
20.000%. Equivocada a posição do Executivo, interpretou
muito mal este artigo aprovado.
Estamos estudando esta área de tributos e entendo que hoje em dia quem paga
imposto neste País não é político, não é empresário, não é trabalhador., OO maior pagador de impostos
neste País é o aposentado que não paga diretamente, mas paga indiretamente, toda vez em que há reajuste de vencimentos, eles ficam fora. Em função disso, estamos apresentando uma
proposta que deverá
ser tipo
substitutivo, onde se diga o seguinte:
trabalhador, aposentado, inativo ou pensionista com até três salários mínimos e com área da sua residência até 70 metros
quadradosm2, estão isentos do IPTU, taxa
d’água, taxa de lixo e esgoto. Entendo que estes,
Vereadores, são os maiores pagadores de impostos deste País.
O
Sr. João Dib:
V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) A autodenominada equivocadamente Administração Popular, realmente, faz muito pior do que disse V. Exª dessa tribuna, com os munícipes que lá vão se amparar da Lei votada nesta
Casa, tão discutida. A progressividade
não pode ser em razão do valor
venal. Eu não sou jurista; sou leitor dos
juristas de nome Grecco e outros, cujos nomes, no momento, não me ocorrem, têm dois belíssimos trabalhos, os quais não deixam nenhuma dúvida de que não se pode fazer a não ser por interesse social – e o Plano Diretor define o
interesse social. Agora, pelo amor de
Deus, não deixe de cobrar a taxa de água da forma indiscriminada
que V. Exª está pretendendo, porque vai fechar o DMAE.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Respeito a opinião de V. Exª, mas entendo o contrário. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Vicente
Dutra.
O
SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a matéria
em discussão de
Pauta que trago à tribuna, hoje, refere-se ao Projeto de Resolução, do Ver.
Luiz Braz, que concede o título de Cidadão Emérito aos Bacharéis Gesner Alburquerque
de Vasconcellos, Luiz Irineu Vasconcellos e Justino
Albuquerque Vascon-celoas. Realmente, esta matéria de concessão de
títulos honoríficos de Porto
Alegre, e Emérito, deve merecer uma apreciação aprofundada, criteriosa,
de todos os companheiros Vereadores na elaboração do novo texto do
Regimento Interno. Tínhamos que encontrar uma forma conciliatória para
que esta Casa não caia no descrédito. Não vou fazer críticas ao
ilustre Ver. Luiz Braz por apresentar o título, ao contrário, até elogio, pois são três cidadãos que realmente merecem a titulação. Não importa
que sejam irmãos; importa que eles, em particular, de per si, são
merecedores dessa honraria. Particularmente refiro-me a
Justino Vasconcellos, conheço os três, mas este, um homem que se destacou na época da
repressão na defesa de direitos humanos, um homem que, quando
Presidente da OAB, teve a atitude muito corajosa
contra alguns setores militares, e até
contra
um setor aqui que pouca gente
gosta de mexer, que é
a Justiça, os Desembargadores. O Justino Vasconcellos foi um dos pouquíssimos neste
Estado que levantou a sua voz contra o nepotismo e uma série de
vantagens gozadas para alguns setores da Justiça, na época em que era Presidente da OAB.
Tinha muitas razões em fazer defesas e nunca ninguém deixou de
ter a guarida do Justino Vasconcellos quando procurado por uma injustiça.
Então, um homem que se faz
merecedor, muitas vezes um grande poeta, sei que um
dia deu um livro de poesias ao Ver. João Dib, e eu tenho certeza de que o Ver. João Dib vai revisar o seu ponto de vista e vai dar o seu voto Sim, não vai se abster porque as razões que ele evoca justas são inferiores ao mérito que as pessoas apresentam. Então, eu convido o Ver. João Dib, porque eu não teria apresentado desta forma, eu concordo com
V. Exª, não teria porque de repente estãoar colocando estas três figuras que são merecedoras num debate, no mínimo, desagradável, se é ou não merecedor. Então, eu tenho muito cuidado em dar título de cidadão. Eu tenho oito anos de mandato efetivo, seis anos na primeira Legislatura e
mais dois agora, eu só apresentei dois títulos de Cidadão de Porto Alegre e dois
títulos de Cidadão Emérito. Tenho “n” propostas, mas sou muito criterioso, exatamente por isto, Ver. Lauro Hagemann, para que aquele
nome que estou apresentando não venha receber críticas de pessoas menos avisadas
no mérito que contém a titulação.
Eu cumprimento o Ver. Luiz Braz, porque acho realmente que são três pessoas merecedoras e destaco
a figura de Justino
Vasconcellos, não desmerecendo os outros dois. Justino Vasconcellos está bem à frente porque foi um homem
que sempre deu guarida àqueles que se sentiram injustiçados e foi o que enfrentou
o Tribunal de Justiça. Ninguém enfrenta o Tribunal de Justiça. Denunciou, por exemplo, os estacionamentos
particulares, o nepotismo que ainda hoje existe lá e nós sabemos que existe.
Justino Vasconcellos, pela sua coragem e por tudo mais, há muito tempo já deveria ter recebido o título de Cidadão. Agora, no próximo Regimento Interno, e isso é a minha conclamação, por isto estou na tribuna, vamos pensar em torno
disso para que haja um acordo entre nós. Nós temos que pensar numa forma para que não haja um número muito grande de homenageados e também que não haja o risco por ter um número
muito grande de homenageados e as pessoas que são alvos das homenagens venham a sofrer algum debate restritivo neste Plenário.
O
Sr. João Dib:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Vicente Dutra, eu me sinto muito à vontade em dizer que vou me abster de votar no nome dos três irmãos Vasconcellos. Dois são meus amigos mais chegados, e
quando me sinto à vontade de me abster de votar num amigo, me tranqüiliza deixar de votar nos outros.
Tenho que estabelecer um padrão,
entendo que esta Casa se excede no número de homenagens que presta, vulgarizando as homenagens,
assim como nós temos Sessão Solene contra Sessão Solene, como diria o
Melchiades Stricker, que vai receber também o título de Cidadão, nós temos muitas Sessões. Mas quero dizer que não tenho nada contra os Vasconcellos. Um eu sei que é seu tio, poeta, brilhante advogado, e nada
tenho contra ele.
O
Sr. Luiz Braz: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Vicente, em primeiro lugar, eu quero agradecer a V. Exª por estar fazendo a defesa dos três nomes propostos por nós, neste Projeto que V. Exª conhece muito, o próprio Ver. João Dib conhece bem, mas devo dizer que concordo com V. Exª que devemos encarar com seriedade
no Regimento um limitador para cada Vereador das homenagens a serem propostas. Eu jamais, em oito anos de vereança, contribui
para que este título fosse vulgarizado. Apresentei
um número mínimo de projetos propondo nomes e todos os nomes que propus
aqui nesta Casa foram nomes que por serviços prestados a esta Cidade, foram
apresentados. Nunca apresentei nome por motivos eleitoreiros, para que me
patrocinassem alguma campanha, a não ser por motivo de
merecimento, assim como os três irmãos que ririam receber o título, um a um, consultados, me pediram se era possível apresentar os três num mesmo
título. Para satisfazer a vontade dos três irmãos, fizemos exatamente isso. Eu acredito que não estou ferindo o Regimento e que não estou de maneira alguma
desmerecendo as homenagens todas que já foram prestadas aqui nesta Casa para
figuras ilustres.
O
SR. VICENTE DUTRA:
V. Exª está cumprindo um princípio que nós Vereadores devemos perseguir, que é o Princípio da Economia Processual. Se vai apresentar três nomes, por que não apresentá-los num processo só?
O
Sr. João Dib:
V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Vicente Dutra, eu não sou tão feliz quanto o Ver. Luiz
Braz. É verdade que, no ano passado,
eu pessoalmente, pela primeira vez, apresentei dois
projetos de resolução dando título de Cidadão Emérito a duas pessoas e que a
Casa aprovou por unanimidade. Mas, na primeira tentativa que fiz de dar um título, tentei
desarquivar um processo que dava o título de Cidadão Emérito ao Mário Quintana e aí vi que a Casa iria rejeitar e
tive que retirar a proposição.
O
SR. VICENTE DUTRA: Exatamente, o motivo da minha
subida à tribuna foi para conclamar
aos Vereadores para que busquemos uma forma de encaminhar a cada ano estes títulos a tal
ponto que não faça com que eles venham a cair no ridículo e no
desconforto de receber qualquer menção desonrosa aqui no Plenário. O Ver. João Dib é contra o processo e não contra os nomes. Se ele é contra o Pprocesso, ele vai ter o momento oportuno de contribuir durante a discussão do novo texto do Regimento
Interno. Conclamo V. Exª, Ver. João Dib, que vote nos nomes propostos pelo
Ver. Luiz Braz, porque são merecedores e V. Exª mesmo concorda. E o processo
V. Exª vai contribuir logo mais no Regimento Interno. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Passamos ao período de
COMUNICAÇÕES
O primeiro orador é o Ver. Isaac Ainhorn. (Ausente.) Ver. José Valdir. (Desiste.)
O
SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, solicito
verificação de “quorum”.
O
SR. PRESIDENTE: Não há “quorum”. Estão presentes nove Srs.
Vereadores em Plenário. Encerramos a presente Sessão por inexistência de
“quorum” para a continuidade dos trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 17h54min.)
* * * * *